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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem do ionline
Era um dia de primavera, não sei porquê mas naquele dia o recreio da escola de Palmaz era do tamanho dos terrenos cultivados que havia à volta, não me lembro o que andámos a fazer, eu andava na primeira classe e já passaram uns 35 anos, mas recordo-me perfeitamente que quando voltámos à sala há muito que as aulas tinham recomeçado, fomos recebidos por uma professora em fúria e recordo especialmente a bofetada que me deixou a chorar diante de toda a turma.
Passados dois ou três anos vimos a professora em Oliveira de Azeméis, a minha mãe queria que eu a fosse cumprimentar.. recusei-me terminantemente... tinha bem fresca na imagem aquela bofetada...
Sim, eu ainda sou do tempo em que os professores aplicavam castigos físicos quando estes eram necessários, que me lembre este foi o único que recebi... de certeza que me serviu de emenda.. apesar de eu nunca ter sido de pisar o risco. Vem isto a propósito de que recentemente descobrimos que após aquele episódio com os livros dos colegas, o N. levou uma reguada da professora...
Antes que comecem a crucificar a senhora, deixem-me esclarecer que a régua era daquelas de plástico fininhas, nada que ver com as réguas pesadas de madeira que existiam nos meus tempos. Na sexta na apresentação do livro da Meninos do Mundo o assunto surgiu, percebi que a maioria das pessoas acha tal coisa um acto de crueldade e que a senhora merece no mínimo uma queixa ao ministério, como pai... eu não acho.
Entre os métodos draconianos e de terror da professora do ano passado, que se recusava a aceitar que ele tem um problema, uma doença, que insistia em colocar uma criança com défice de atenção ao lado da janela ou no fundo da sala ao lado da porta, que não dava reguadas mas que mantinha a turma em ordem com base no terror de tal forma que ela era a única que deixava a turma sozinha sem necessidade de auxiliares a vigiar... e naquela sala não se ouvia um pio.. e esta que dá reguadas... acreditem em mim, eu prefiro esta.
Conheço o meu filho, é do estilo de esticar a corda, o facto de ter uma professora que está alerta para as crianças com este tipo de problema foi uma enorme ajuda, a verdade é que com ela ele não põe o pé em ramo verde, pelo menos dentro da sala está controlado e nós sentimos uma enorme evolução... o ano passado ele vivia no terror das fúrias e queixas da professora, agora quer-me parecer que efectivamente ele respeita esta professora.
Se devemos incentivar os castigos físicos dentro da sala de aula?, não, claro que não.... mas há uma enorme diferença entre não incentivar e proibir, como em tudo na vida deve existir o bom senso.
Tenho a certeza absoluta que aquela reguada lhe doeu mais na alma que na mão... e que foi importante para ele sentir que na sala de aula é a professora que manda... não se veio queixar, não armou drama nenhum por causa disso...e quanto a mim, foi um castigo merecido e bem aplicado.
Curiosamente, quando estava à procura de uma uma imagem para o post, encontrei esta noticia.. interessante
Jorge Soares
Imagem Henricartoon
Não há dúvida que cada país tem os dirigentes que merece... bem, pelo menos os países onde estes são elegidos democraticamente. Na segunda feira passada todos ouvimos o Presidente da República dirigir-se ao país para vir dizer aquilo que era mais que evidente, ora, se o homem não tinha anunciado se aprovava a lei ou não antes do beija mão papal, era por demais evidente que a iria aprovar, se fosse para vetar, ele teria-o feito antes da visita papal, e depois fazia um figurão com o papa dizendo que tinha vetado a lei.... não?
Mas o que eu não entendo é porque é preciso fazer parar o país em frente ao televisor para vir anunciar uma coisa destas, quantas leis é que são aprovadas por mês?, Quantas delas são bem mais importantes para todos nós que esta? então porque é que para esta lei foi necessário aparecer no horário nobre da televisão com aquela cara de quem está a fazer um frete ao mundo?
Durante o seu mandato o homem apareceu 3 vezes no horário nobre para dizer coisas importantíssimas, vejamos: a primeira vez foi com a lei da autonomia, e o que veio ele dizer? - Estão a mexer no meu queijo!
A segunda vez foi no verão passado antes das eleições, e veio dizer: - Suspeito que alguém anda a ler os meus mails... O que ainda por cima se veio a provar que era mentira
A terceira vez foi agora para dizer: - Eu aprovo a lei, mas eu não gosto de gays! -- Como se fosse preciso a explicação, só faltou dizer, "nem eu nem o meu partido".
É ideia minha ou o homem de vez em quando precisa de atenção? Alguém fale com a Maria... é que não há pachorra!
Entretanto hoje no Blog 100 reféns encontrei o seguinte texto do Tiago Mesquita:
A comparação não será a ideal, alguns dirão que é pura demagogia. E até pode ser, admito e dou de barato. Mas pelo menos é elucidativa do tratamento algo desfasado que as nossas autoridades dão a dois casos, um mais grave que mete electrónica e outro mais divertido que envolve nudez. Pipi e os gravadores poder-se-ia chamar este filme.
No mesmo país em que assistimos ao furto de dois gravadores por um deputado da Nação sem que o acto tenha consequências profissionais para o senhor vemos uma professora ser suspensa de imediato porque mostrou o pipi e as maminhas na revista Playboy.
O mais grave é que o furto parece ter sido efectuado no interior das instalações da AR e ao que consta a professora não terá realizado a sessão fotográfica na sala de aula ou no recreio com a pequenada toda a bater palmas enquanto jogava à macaca.
O deputado Ricardo diz ter praticado "acção directa" para defender a honra, já a professora Bruna perdeu a honra ao praticar a "acção directa" de despir a roupinha.
Temos por um lado uma professora que não pode continuar a lidar com crianças porque meia Mirandela e alguma malta de Valpaços a viu nua na revista Playboy e por outro um deputado que pode continuar sentado no quentinho daAR depois de todo o país o ter visto "abafar" dois gravadores da revista Sábado. É justo.
Com isto podemos deduzir que para vermos o deputado Ricardo Rodrigues ser suspenso de funções seria provavelmente necessário que este pousasse nu para uma revista feminina ou fizesse um strip-tease durante a comissão de inquérito PT/TVI. A mesma comissão onde vemos o Sr. deputado insistentemente apelar à moral e à legalidade.
Uma coisa é certa, se a "Stôra" Bruna fosse deputada tenho a certeza que não furtaria gravadores ou máquinas fotográficas a jornalistas, até porque provavelmente estaria nua e não teria bolsos para esconder o material. Já o Sr. Deputado, a menos que faça um Lap dance a Mota Amaral não vejo forma de ser admoestado.
Posto isto e fazendo o ponto final de situação: ser professora e cumulativamente mostrar o pipi numa revista: NÃO. Ser deputado e furtar gravadores a jornalistas: SIM
Somos ou não somos um país insólito?
Jorge Soares
Imagem retirada do HenriCartoon
Nos países hispânicos da américa latina e aqui ao lado na vizinha Espanha, para os professores é utilizada a palavra maestro, que traduzido à letra significa mestre. Um mestre é um individuo que com o tempo e a educação adquiriu um conhecimento numa determinada área, que utiliza para orientar e transmitir aos seus pupilos
Antes de mais, estou um bocadinho baralhado, desde que ontem publiquei o post até este momento, os contadores ali ao lado registaram muito perto de 1000 visitas ao blog, tendo em conta que a média diaria das ultimas semanas anda perto dos 350.... temos que concordar que este é um tema que interessa às pessoas. Bom, mas vamos ao que interessa.
Eu sou pai, tenho dois filhos que estão a terminar o primeiro ciclo e que brevemente entrarão na idade da curiosidade, do aprender, sou a favor da educação sexual na escola e em casa, e se um dia algum deles me vier contar que uma das professoras passou uma aula a falar de educação sexual e que falou de orgias e de sexo eu tenho a certeza de que não vou ficar chocado nem vou armar nenhum alarido. O sexo faz parte da educação e deve ser tratado por pais e professores... mesmo que isso implique que se fale de orgias. Mas tentar confundir o que ouvimos naquelas gravações com educação sexual ou tentar dizer que o que se passa aqui é fruto de pais pudicos e falso moralismo é querer tapar o sol com uma peneira.
Há quem tente defender a senhora, eu não vejo como se possa defender algo como isto, o papel dos professores é formar, já seja pela transmissão de conhecimentos ou pelo exemplo, e eu não consigo entender como é que podemos ver o que aqui se passou como uma aula ou formação, que exemplo pode dar esta senhora? Todos nós sabemos que as crianças são dificeis, que não são inocentes, mas deve haver uma fronteira que separa o comportamento do aluno e do professor, é essa fronteira que define a autoridade dentro da sala de aula, quando o professor não consegue manter-se do seu lado da fronteira, o que resta aos alunos?
Também encontrei quem tente ver aqui mais um acto de perseguição da ministra ou do governo, meus senhores, tenham juizo. Isto é um caso disciplinar, li algures que já haviam queixas antigas contra a professora e que a escola nunca fez nada, talvez se tivessem feito, isto não estaria agora a acontecer.
Sei que entre os autores dos blogs que visito e que me retribuem a visita há muitos professores, pessoas que aprendi a admirar e a respeitar pela imagem que transmitem nos seus blogs, pela forma como escrevem e como levam a vida. Não sou pessoa de avaliar o todo pela unidade, nunca seria capaz de generalizar, mas também não nos podemos enganar, como em todas as profissões, há bons e maus professores, infelizmente, esta senhora foi noticia porque realmente só pode ser uma má professora... nunca poderia ser um maestro ... ou um mestre.... mesmo que exista lá na escola quem a ache o máximo, como podemos ver nesta noticia do Publico:
Alunos consideram professora suspensa de escola de Espinho como "a mais espectacular"
Como li algures noutro blog,...se calhar, se quando eu tinha 13 anos alguma das minhas professoras viesse para as aulas falar de orgias ..eu também a acharia o máximo.... nãaaa, nada disso.
Jorge Soares
Imagem retirada da internet
Eu hoje ia falar sobre educação sexual, uma reportagem na RTP sobre a forma como as religiões vêem a distribuição gratuita de preservativos na escola, fez-me voltar ao nono ano a uma aula algures há muitos anos atrás, em que se falava de sexo, de homossexualidade e de gostos, já lá vão muitos anos disso. Entretanto tudo isto foi ultrapassado por esta noticia do Publico:
"Uma professora da Escola Básica 2,3 Sá Couto, de Espinho, está suspensa e enfrenta um processo disciplinar na sequência de alegadas alusões a orgias sexuais, durante uma aula, gravadas em áudio por uma educanda."
Acabo de ouvir uma parte da gravação na TSF e estou estupefacto, ameaças, acusações, há de tudo um pouco.... Estamos a falar de uma professora, um adulto supostamente formado e responsável e de crianças entre os 12 e os 14 anos, que tipo de pessoa desce o nível de uma sala de aula até este ponto?
E não, o que me chocou não foi a conversa sobre as orgias que fez a manchete de tudo o que é jornal online, essa parte nem ouvi, o que me chocou foi a forma autoritária como ela falou, o abuso de poder, a linguagem brejeira e deformada e a forma como tenta impor a autoridade pelo medo, as ameaças... isso foi o que me chocou.
Eu acredito que lidar com alguns alunos e algumas turmas não seja fácil, mas o que acabei de ouvir não tem desculpa possível. Espero que esta senhora seja castigada severamente.
Update, podem ver o video da SIC, aqui:
http://sic.aeiou.pt/online/video/inform
Update à noticia do Publico:
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1381437&idCanal=58
Jorge Soares
Os que me seguem desde o inicio do blog, de certo que se lembram de um ou dois posts que escrevi sobre a professora do meu filho, das dificuldades pelas que passamos e do difícil que foi aceitar algumas situações. Com o tempo as coisas melhoraram, o N. aprendeu a lidar com a professora, ela foi aceitando as dificuldades de lidar com uma criança com problemas de dislexia e com baixa auto-estima, ambos se foram adaptando à situação e as coisas correram bem.
A ideia que tenho daquela professora é a de alguém que tem um método rígido, que é extremamente eficaz para as crianças "normais", mas que pode ser muito complicado para crianças mais "difíceis" ou com problemas. Mais que aquilo que eu acho, há duas ou três imagens que descrevem muito bem esta professora: Em primeiro lugar, quando falta alguma outra professora e distribuem as crianças pelas salas das colegas, nenhuma das crianças quer ir para a sala dela, as outras crianças tem terror a ir para lá. Por outro lado, eu não me lembro de chegar à sala e ouvir barulho ou desordem, as crianças estão sempre com atenção e em silêncio. Mas talvez a imagem que mais me marcou, foi uma frase da professora da R. no final do ano.... "Se os meus filhos vierem para esta escola e me perguntarem qual a professora que prefiro, eu prefiro a professora ....., não há ninguém que consiga ensinar e colocar ordem nos alunos como ela". Os outros professores tem inveja da ordem que existe na sala dela.
Que me lembre nos mais de 20 anos de escolaridade só encontrei um professor que impunha este respeito nos alunos. No 9º ano eu estava numa turma verdadeiramente terrível, a meio do ano e depois duma enorme confusão num teste, mais de metade da turma esteve com uma semana de suspensão. Mas havia um professor que respeitávamos tanto que mal ele entrava na sala, todos nos púnhamos de pé e nunca havia a menor complicação nas aulas dele. Há pessoas que tem o dom de se fazerem respeitar, este era uma dessas pessoas, era o professor de biologia e não me lembro de que alguém tenha tido negativa na disciplina dele.
Jorge
PS:imagem retirada da internet
Comentário de uma professora primária para uma mãe:
- O seu filho é um manipulador, manipula os pais, os médicos, manipula o mundo, mas a mim ele não manipula.
De realçar que estamos a falar de uma criança de 7 anos que está na segunda classe, de que os médicos de quem se fala são: o pediatra, uma pedopsiquiatra , uma especialista em dislexia e uma terapeuta, e de que estamos a falar de dois pais rígidos e interessados...às vezes até rígidos demais. Além disso a senhora professora está mais para o lado da reforma do que da formatura.
Já agora, o comentário da terapeuta ao relatório enviado pela senhora professora:
- Sabe, eu nunca tinha visto um relatório de um professor em que não fosse apontado um único ponto positivo à criança, e olhe que eu vejo aqui crianças realmente problemáticas, crianças que ela nem imagina.
Palavras para quê?....
Jorge
PS:Imagem retirada da internet
Hoje foi dia de reuniões na escola dos meus filhos........... apeteceu-me desancar uma professora......
A semana passada o meu filho de 7 anos foi agredido na hora do almoço por uma criança que tem 11 anos e está no segundo ano, colocaram-lhe um ferro no pescoço ao mesmo tempo que lhe agarravam pelos pés, lá conseguiu safar-se e fugiu para perto de uma auxiliar que quase era agredida também.
Segundo a irmã, que ele não se queixa, ele é insultado com termos racistas e portanto defende-se, eu tenho queixas da agressividade dele, ele diz que reage aos insultos e a irmã confirma.
Fomos falar com a directora da escola que diz que não pode fazer nada, que o outro miudo só causa problemas mas que não podem fazer nada e que só tem uma auxiliar para vigiar a hora do almoço e que não podem colocar mais. E que a culpa é da camara que não disponibiliza mais pessoal.
Hoje questionei a professora sobre o assunto, resposta dela.
- Nós avisamos os pais no inicio do ano que não temos condições para termos as crianças a almoçar cá!
-Pois, mas o problemas é que nós não temos condições para eles almoçarem noutro lado, infelizmente nós estamos sós nesta cidade e trabalhamos os dois...para que os meus filhos possam ir para escola.
- Os pais deviam saber que não temos condições, nós avisamos
Porra...eles não tem condições, não verificam o que se passa dentro da escola, as crianças são agredidas, insultadas, provocadas...mas a culpa é minha porque infelizmente eles tem que estar na escola?
Nós somos uns pais preocupados, estamos em cima, controlamos, eu sou mesmo muito exigente com o meu filho...ás vezes até demais...mas a senhora repetiu não sei quantas vezes que os pais em casa é que tem que dizer aos filhos que não se devem meter em problemas,,,,,,,,,,,,,,,ela quer que eu faça o quê? que diga ao meu filho de 7 anos que quando alguém lhe chamar preto, cocó, etc para ele dar a outra face?...então e quando um matulão de 11 anos lhe coloca um ferro no pescoço ele faz o quê?
O meu filho tem défice de atenção e estrabismo e onde é que a senhora professora o senta?, perto dela e do quadro? donde o possa controlar fácilmente?..não, no fundo da sala ao lado da porta.
Enfim...esta é a educação que temos.
Jorge