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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem do Sol
Acho que já o disse antes em algum post, não gosto da expressão "Superior interesse da criança", não gosto porque na maior parte dos casos ela é usada na conveniência dos adultos e não na verdadeira defesa das crianças... mas hoje lembrei-me dela, talvez porque neste caso ninguém a utilizou.
O caso é simples de explicar, há dois ou três dias a GNR mandou parar um carro (não sei em que circunstâncias) e verificou que lá dentro iam uma mãe e 4 filhos, dois deles ainda bebes e os outros dois de 5 e oito anos. Após os devidos testes verificou-se que a senhora ia a conduzir com uma taxa de álcool de 2.27, a seguir parou outro carro onde ia o pai das crianças, após os testes verificou-se que o senhor ia a conduzir com uma taxa de álcool de 1.4. Como o limite é 0.8, e estavam ambos embriagados, as crianças forma encaminhadas para um centro de acolhimento.
Li algures que a família já estaria sinalizada pela comissão de protecção de menores tendo sido aberto um processo de promoção e protecção que foi entregue em Novembro, no Tribunal de Família e Menores da Comarca de Aveiro. Entretanto, após mais este episódio, foi-lhes sugerido que deixassem as crianças institucionalizadas até que eles resolvessem os seus problemas e organizassem a sua vida, coisa que não aceitaram e portanto, após a cura da bebedeira, estas foram-lhes entregues.
Vamos supor que não tinha aparecido a GNR e a senhora se tinha estampado contra uma parede com as crianças dentro do carro.... de quem seria a responsabilidade?... E se amanhã a senhora voltar a beber e voltar a conduzir ébria com as crianças dentro do carro e se estampar?... não vamos todos bater em quem lhe devolveu as crianças?
Eu sei que são muitos ses, mas será que neste caso o superior interesse daquelas 4 crianças não seria mesmo estarem institucionalizadas?
Mas sabem o que mais me irrita, é ler alguns comentários às noticias e ver como há tanta gente que acha que as crianças estão bem mesmo é com os pais... mesmo que estes bebam uns copos de vez em quando... até porque há quem beba muito mais e se aguente em pé.
Voltando à frase do titulo do post, qual acham que será mesmo o superior interesse destas 4 crianças? será ficar com pais que ébrios conduzem carros com eles lá dentro ou estar institucionalizados para sua protecção?
Jorge Soares
Imagem retirada do Suspeitas
Aquilo que nos separa dos animais é a racionalidade, a mesma racionalidade que nos converte em selvagens quando decidimos enfrentar um touro com cavalos, ferros e espadas numa tourada, ou utilizar um chicote para domar um animal selvagem e colocá-lo ao nosso serviço num circo, ou para utilizar uma arma e caçar um animal no seu habitat natural pelo único prazer de matar.. ou simplesmente achar que podemos dispor da vida de qualquer animal para primeiro o acolhermos e depois o abandonarmos só porque ele cresceu, ou porque nos cansamos de brincar com ele.
Os animais não são coisas, são seres vivos e é como seres vivos que os devemos tratar, não como obejctos ou coisas das que podemos dispor ao nosso prazer.
Por uma nova lei de protecção dos animais, pelo fim das touradas, pelo fim dos animais nos circos, pelo fim da caça por prazer, pelo fim do abandono dos animais vamos dar "Um Passo em Frente" - Campanha ANIMAL "Nova Lei de Protecção dos Animais".
Vídeo de Lançamento da 2.ª Fase da Campanha "Por uma Nova Lei de Protecção dos Animais em Portugal"
"Um Passo em Frente".
Eu apoio esta campanha por uma nova lei de protecção dos animais em Portugal
Jorge Soares
Imagem do Público
Li a noticia no DN à hora do almoço, um país não é mais que o reflexo do seu povo, da sua cultura.. ou da falta dela. Haverá quem questione até que ponto o que se passa numa aldeia perdida de Covilhã poderá ser o espelho em que nos vemos reflectidos todos os dias... talvez sim, talvez não, mas depois do que li hoje, depois de na sexta feira ter ouvido uma assistente social a queixar-se de que um Juiz não decide uma medida de protecção a uma criança e prolonga o limbo em que esta vive, porque tem medo que os pais vão para a comunicação social..., eu já não sei qual será mesmo o país real.
Tinham lá ido " para encaminhar para a instituição duas filhas de uma residente, com 4 e 7 anos, na sequência de queixas por maus tratos e abandono."
Partimos do principio que a decisão de institucionalizar uma criança não é tomada de ânimo leve, imagino que antes de chegar a este ponto, teve que haver uma denuncia à CPCJ, houve uma investigação, visitas à família e só após se ter concluído que existia perigo real para as crianças, se decidiu pela medida de protecção. Quero acreditar que uma medida destas não se toma em cima do joelho e que é sempre em beneficio das crianças.
Já nem questiono o facto de a mãe tentar impedir que levem as crianças, quem maltrata e abandona os filhos não costuma ter consciência do que faz, mas a atitude do resto da população deixa-me a pensar. Estamos a falar de uma aldeia, onde as pessoas se conhecem e sabem o que se passa, não estamos a falar dos vizinhos a anónimos que mal se encontram no elevador. Quem tenta impedir a aplicação de uma medida de protecção a uma criança, não só é irresponsável, como é conivente com o que de mal se passa com a criança.
Mas quanto a mim, tão grave como os factos é o desfecho de tudo isso, porque após todo o barulho formado e a intervenção da GNR, as crianças que iam ser institucionalizadas, "ficaram ao cuidado «de uma família idónea em Verdelhos» que se ofereceu para cuidar delas"
Ficaram?, por decisão de quem? como é que se retiram as crianças aos pais e se entregam aos vizinhos?, quem decide pela idoneidade desta família?, quem garante que os pais que as maltratavam não as vão continuar a maltratar mal as assistentes sociais saiam da aldeia protegidas pela GNR? Mas este tipo de decisões é tomada em arraial popular?, não deveria ser tomada pela CPCJ após a verificação das condições da família idónea?
Que conclusão podemos tirar de tudo isto?, é assim que se protegem as crianças em risco em Portugal?
Jorge Soares