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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem minha de Momentos e olhares
Já aqui falei do grupo Fatias de cá a propósito do Nome da Rosa no convento de Cristo em Tomar, e de a Voz dos Deuses no Castelo de Almourol, duas peças fantásticas que aconselho a todos. É uma maneira diferente de ver teatro e de conhecer lugares e monumentos fantásticos, nunca esquecerei os Kms que andei no Convento de Cristo, nem aquele fim de tarde junto ao Tejo no castelo de Almourol.
Na passada Sexta feira fui com a P. ver a peça O Anel Quebrado na quinta da Regaleira em Sintra. Tínhamos passado uma tarde na Quinta da Regaleira há 15 dias, como expliquei neste post, na sexta estivemos lá durante a noite e não há duvida que é um lugar mágico e propicio a representações como esta.
Como todas as peças deste grupo, o preço do bilhete inclui jantar, um arroz de frango que estava delicioso servido por pessoas simpáticas e bem dispostas, representação e kms a andar atrás dos actores.
Não conhecia o livro em que foi baseado esta peça, e ao contrario das outras vezes, achei simples demais, nada que ver com a representação grandiosa de O Nome da Rosa ou a atmosfera magnifica junto ao Tejo de A voz dos Deuses, mas não deixa de ser uma peça interessante que nos leva por túneis e passagens através de toda a quinta.
A noite vale pela simpatia das pessoas, pelo ambiente sempre fantástico de Sintra e da quinta e claro, pelas indispensáveis e deliciosas fatias Fatias de Tomar.
Se puderem não deixem de ir, a esta ou à O Nome da Rosa, que está em cena em Tomar.
Jorge Soares
Imagem da Internet
Um destes dias a Jonas neste seu post em jeito de dúvida existencial perguntava quanto pode valer na vida, fazer aquilo de que gostamos. É uma pergunta pertinente, fazer aquilo que realmente gostamos e ainda por cima receber o dinheiro justo por isso... não está mesmo ao alcance de todos... e eu diria que não tem preço.
Hoje lembrei-me da Jonas e do seu post. Decidimos aproveitar o feriado para ir a Sintra e visitar a Quinta da Regaleira com os miúdos. Podíamos ter escolhido um dia mais seco, 90% da visita é ao ar livre pelos jardins do palácio e choveu a maior parte do tempo, mas não é disso que quero falar.
Já lá tínhamos estado há uns 10 anos atrás e na altura a visita correu muito bem, a guia era uma pessoa muito simpática e toda a visita foi uma agradável lição de história. Hoje o guia chamava-se Ricardo e claramente estava ali a fazer um frete.
Havia no grupo umas 4 ou 5 crianças, umas mais irrequietas que outras, mas quase todas muito curiosas. Num lugar como aquele, envolto em algum mistério, em que a visita vive muito desse mistério, o mais natural é que as crianças perguntem e queiram saber. Ora, o senhor não estava para isso, porque não gostava de ser interrompido, porque não gostava que as crianças se chegassem a ele, porque não gostava quando alguém não percebia bem o que ele dizia e perguntava qualquer coisa, bom, enfim, um sem-fim de situações que chegavam a roçar o ridículo.
Eu sei que nem todos temos a mesma paciência, nem sempre estamos bem dispostos, mas se estamos num sitio publico, se temos que lidar com pessoas, se ainda por cima aquilo que fazemos tem a ver com comunicar com as pessoas, devemos ter um mínimo de profissionalismo. Se não temos paciência para as pessoas, se não gostamos de crianças, se não gostamos de ser questionados, se não estamos para ouvir as perguntas e esclarecer... porque é que simplesmente não vamos fazer outra coisa qualquer? Que culpa tem os visitantes, que até pagaram para o ouvir, da falta de paciência do senhor? Que culpa temos nós que o senhor não goste daquilo que faz?
Eu não sei quanto ganhará um guia turístico, de certeza que a que nos calhou da outra vez, ganhava muito pouco para a forma como nos conseguiu interessar pela história e os mistérios da quinta, e de certeza que este senhor Ricardo, ganha muito para a forma como não consegue transmitir nada disto.
Jorge Soares