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Mira Técnica

Imagem de Aqui 

 

O último acordo do governo Grego com com a Troika previa uma redução de mais de 15000 funcionários públicos até 2015, até hoje não se tinha visto por onde ia a coisa, hoje começou a retirar-se a ponta do véu, a partir da meia noite são encerrados os serviços públicos de rádio e televisão.

 

A ERT, uma empresa pública com mais de 70 anos e com mais de 2700 funcionários deixa de existir a partir da meia noite e a Grécia torna-se no único país da Europa sem um serviço público de televisão. Tudo em nome dos cortes das gorduras do estado.

 

Segundo Simos Kedikoglu, porta vós do governo, a empresa era um caso estremo de opulência e desperdício de dinheiro e por isso será encerrada por tempo indeterminado. Tal como em Portugal, uma parte dos custos da empresa estatal era suportada pela população que paga uma taxa de 4,3 Euros junto com a factura da electricidade.

 

A Grécia conta com uma taxa de desemprego de mais de 28% que será agora aumentada com os jornalistas e funcionários da ERT, empresa de radio e televisão.

 

Mas o pior é que a coisa não deverá ficar por aqui, o presidente da República aprovou por estes dias um decreto do governo que permite aos titulares de cargos públicos o encerramento de organismos públicos sem qualquer tipo de explicação ou pedido de autorização ao parlamento... veremos quais as gorduras que se seguem no guião.

 

Até agora a Grécia tem sido como que o balão de ensaio para as medidas que se aplicarão depois no resto da Europa, estará a nossa RTP segura?

 

É verdade que se não há dinheiro não deveria haver palhaços, mas será que um estado pode abdicar assim tão facilmente dos meios de comunicação que deveriam ser o garante da imparcialidade na informação e da defesa da sua cultura? É verdade que num mercado aberto e competitivo já pouco diferencia as televisões publicas das privadas, mas não deixa de ser irónico que os estados em lugar de optarem por colocarem regras que diferenciem o serviço público do comercial, optem por simplesmente abdicar dos meios de comunicação e da defesa da sua integridade.

 

Jorge Soares

publicado às 21:08

Morreu Artur Agostinho

por Jorge Soares, em 22.03.11

Morreu Artur Agostinho

 

"Morreu esta terça-feira o jornalista, locutor e actor Artur Agostinho, um rosto que fica ligado na memória popular à rádio, à televisão, ao desporto em geral e ao futebol em particular"

 

Não fazia ideia da idade deste SENHOR, sabia que estava ligado à história da rádio, da televisão e do jornalismo em Portugal,  sei agora que tinha 90 anos,  sempre que o via na televisão via uma pessoa cheia de vida e de energia, sempre bem disposto e comunicador, sempre jovem. Faz parte das memórias de muita gente, num tempo em que o mundo chegava até às pessoas através da rádio ele sabia como ninguém dar cor e vida a esse mundo distante.

 

Os nossos meios de comunicação ficaram hoje mais pobres, Portugal ficou mais pobre.

 

Jorge Soares

publicado às 11:48

Eu no história Devida VI

por Jorge Soares, em 18.06.09

Gistória Devida

 

Depois de O Quebra cabeças de arame, de O perfume daquela rosa, de A carta, de  O Caminho dos Medronhos e de O menino Valente  agora foi a vez de A bola de Berlim

 

Recebi o seguinte email da Antena 1:

 

Caro Jorge Soares:

No Domingo, dia 21 de Junho, vamos ler a história que nos enviou, «A Bola de Berlim», numa emissão que tem como convidado o actor e encenador Tiago Rodrigues.

Pode ouvi-la na Antena 1, a partir das 13h.

Para se manter actualizado em relação ao programa, consulte o nosso blogue: ahistoriadevida.blogs.sapo.pt

Cumprimentos, e boas histórias,
Inês Fonseca Santos.

 

Acho que se me acabaram as histórias...... vamos ver, entretanto, este é o texto que vai ser lido no próximo Domingo:

 

A Bola de Berlim

 

 

No outro dia em Oliveira de Azeméis numa das muitas pastelarias que por lá há, observávamos a quantidade e variedade de bolos que enchiam as montras  e em jeito de provocação eu  insistia com a R. para que escolhesse um. A minha filha não gosta de bolos, coisas doces e/ou com creme não são com ela. Na montra havia um tabuleiro cheio de bolas de Berlim, enormes, frescas e com aspecto delicioso, com montes de creme. É claro que ela não quis.... mas a conversa fez-me avivar as minhas memórias, e retroceder até ao dia em que vi pela primeira vez uma bola de Berlim.

 

Tinha eu 9 anos quando fui para o ciclo, naquela altura o ciclo estava dividido por dois locais, o segundo ano era no edifício da escola e o primeiro era num velho casarão, as salas estavam divididas pelos diversos andares do velho edifício e por um anexo pré-fabricado que ficava no antigo quintal da mansão. Eu tinha aulas numa das salas do pré-fabricado e lembro-me de um dia em que a chuva e a saraiva eram tantas, que não nos conseguíamos ouvir dentro da sala.

 

O bar da escola era num pequeno vão de escada no 3º andar do casarão, quem tinha aulas nos anexos raramente entrava no edifício, o recreio era já ali. Demorei muito tempo a descobrir que havia um sitio onde comprar coisas, a primeira vez que lá fui foi a acompanhar alguém que ia comprar um pacote de batatas fritas para o lanche.  Em quanto o meu colega comprava as batatas fritas, fiquei a olhar para umas enormes bolas castanhas cobertas com açúcar branco. Lembro-me de perguntar o que era aquilo, e de alguém dizer:

 

-É uma bola!

-Uma bola?

-Sim, uma bola, é doce e tem creme!

-E quanto custa?

-5 escudos, queres uma?

-Não!

 

5 Escudos era muito dinheiro, para mim que não tinha nenhum era muitíssimo dinheiro, e estava fora de questão eu os obter para comprar um doce. Um dia, já os meus pais tinham emigrado e eu fora viver em casa da minha tia, descobri que não era preciso ter dinheiro. Além de bolos e batatas fritas, vendiam-se outras coisas, lápis, folhas, material escolar, coisas que de vez em quando eram necessárias, a senhora que geria o bar tinha um caderno onde anotava as coisas que cada um levava e no fim do mês enviava a conta. Descobri isso quando precisei de umas folhas para um teste e evidentemente não tinha dinheiro, alguém me explicou como funcionava, e lá se abriu a folha com o meu nome.

 

Não me lembro bem se foi no primeiro dia ou no dia a seguir, mas é evidente que a coisa seguinte que ficou anotada no livro foi:

 

-Bola - 5 escudos.

 

Ainda hoje consigo recordar o sabor daquela bola com creme. Os tempos mudam, tinha eu 9 anos quando vi pela primeira vez uma bola de Berlim, de certeza que se eu perguntar, nenhum dos meus filhos se lembra da primeira vez que as viu, no imaginário deles elas sempre existiram, junto com muitas outras coisas a que eu só tive acesso muito mais tarde.

 

A R. nem gosta de doces, eu também não gostava... porque nem sabia que eles existiam.

 

 

Jorge Soares

PS:Imagens retiradas da internet

publicado às 22:43

Eu no História Devida IV :-)

por Jorge Soares, em 28.01.09

 

Depois de O Quebra cabeças de arame, de O perfume daquela rosa e de A carta, agora foi a vez de O Caminho dos Medronhos.

 

Recebi o seguinte email da RDP:

 

Caro Jorge Soares:

Queria avisá-lo de que, no próximo Domingo, dia 1, vamos ler a história que nos enviou, «O caminho dos medronhos», numa emissão que terá como convidada a guionista e autora Maria João Cruz.
Pode ouvi-la na Antena 1, a partir das 13h.

Para se manter actualizado em relação ao programa, consulte o nosso blogue:
ahistoriadevida.blogs.sapo.pt

Cumprimentos, e boas histórias,
Inês Fonseca Santos.

 

Os 4 textos foram escritos aqui no blog, todos fazem parte das minhas memórias de vida, são histórias reais que por um ou outro motivo me vieram àe  memória e que decidi partilhar com vocês, as pessoas que dão vida  a este blog.  

 

Obrigado a todos os que dedicam uns segundos da vossa vida a ler o que eu escrevo e obrigado à RDP pela enorme honra de seleccionar os meus humildes textos para partilhar com os seus ouvintes.

 

O Texto a ler no próximo Domingo dia 1 de Fevereiro, é este:

 

O caminho dos medronhos... ou a bebedeira!

 

 

MedronosNasci num aldeia do distrito de Aveiro, num tempo em que se nascia em casa com uma parteira por obstetra, noutro tempo... agora muito distante. 

 

A minha casa era num lugar donde a escola ficava a Quilometro e meio, mais coisa menos coisa, e desde os seis anos, lá ia eu, a pé para a escola, todos os dias. Acompanhado pela chuva do

 

Outono, a geada do Inverno ou o calor do verão, uma parte pela estrada, outra pelos atalhos que cruzavam pinhais e campos numa vã tentativa de encurtar caminhos.

 

Um dia, andaria eu na terceira classe, eu e o Quim Faianca, meu colega de caminho, descobrimos um novo atalho, que passando por entre campos de milho e batatais, encurtava duas ou três curvas ao caminho. A meio, na separação de dois terrenos, havia um medronheiro, naquele dia coberto de flores brancas. Na altura nem reparamos, mas de vez em quando lá passávamos, e pouco a pouco as flores foram passando a pequenas bolinhas verdes, que com o tempo passariam a bolas amarelas já rosáceas a meio da primavera, que mais tarde passariam a um vermelho vivo no inicio do verão e por fim a vermelho escuro, quase cor de vinho... quando as aulas estavam prestes a terminar.

 

Nós íamos passando por lá, um dia sim outro não, até que um dia reparamos que os melros e os pardais começavam a assentar arraiais na árvore em busca de um festim de frutos doces. Nesse dia, decidimos que estava na altura e na volta para casa... paramos lá.

 

O Quim, muito mais afoito a essas coisas que eu, subiu à pequena árvore, eu fiquei cá em baixo, comi todos os que estavam ao alcance da minha mão..e depois,  ele ia atirando dos que estavam lá em cima. Há medida que íamos comendo, íamos ficando mais barulhentos, mais faladores, até que de repente, num movimento mal calculado a um caxo de medronhosMedronhos mais distante, o Faianca estatelou-se no chão...e eu, após uns segundos de silêncio, desatei ás gargalhadas...... Ri feito doido, sem conseguir parar e a olhar para ele. Ele olhou para mim, levantou-se e riu comigo.

 

Depois disto, não consigo recordar muito mais, sei que fizemos o restante caminho até casa entre sorrisos e tropeções..e que cheguei a casa e a sentia às voltas, em lugar de ir almoçar, fui directo à casa de banho..... e despejei o estômago até à bilis... E consigo recordar uma enorme dor de cabeça que me acompanhou o resto do dia..e de que só passados quase 20 anos desenjoei dos medronhos e pude voltar a comer um!

 

Jorge

PS:Imagens retiradas da internet

 

 

publicado às 22:04


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