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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
O “Toca a Todos” é um evento de solidariedade. De 3 a 6 de Dezembro de 2014, a Rádio e Televisão de Portugal acompanha uma emissão de 73 horas, uma missão que convoca Portugal a ajudar na luta contra a Pobreza Infantil.
Serão 4 dias, a partir do Terreiro do Paço em Lisboa para todo o país, numa emissão radiofónica que vai durar 73 horas.
Ao longo desse período, 3 apresentadores ( Ana Galvão, Diogo Beja e Joana Marques) farão a emissão fechados dentro de um estúdio rádio em vidro, onde poderão receber todos os convidados. Mas eles não podem de lá sair. O estúdio é a sua residência. O seu objetivo é angariar dinheiro para a causa. A causa da Luta contra a Pobreza Infantil.
Pelo estúdio passarão personalidades, figuras públicas, que se associam ao evento. O público é convidado a acompanhar in-loco. Dentro do estúdio visível no meio da Praça, vão acontecer showcases musicais e muito mais.
O Projeto “Toca a Todos” teve a sua ação inicial há 10 anos na Holanda, onde se tornou já o mais nobre e reconhecido projeto de solidariedade e foi entretanto replicado também em países como a Bélgica, Suíça, Suécia, Quénia ou Coreia. Atualmente países como a Eslovénia, Estonia, Hungria, Noruega, Alemanha e Áustria preparam-se para entrar na operação.
Em cada país, a sua causa, a sua missão específica.
Em Portugal, em associação com a Cáritas Portuguesa, a RTP escolheu para primeira causa, a Pobreza Infantil. É para esta causa que os donativos e contribuições dos portugueses vão convergir durante os primeiros dias de Dezembro. Contribuições individuais, mas contribuições de associações e empresas.
Fonte Site do evento
Podem ver o programa completo com todos os músicos e eventos que passarão pelo Terreiro do Paço aqui
Podem contribuir indo directamente ao terreiro do paço, aproveitam para ver um dos espectáculo, deitam uma olhadela ao estúdio de vidro da Antena 3 e deixam a vossa contribuição, ligando para o número abaixo, ou por transferência bancária para as contas que também estão abaixo.
Jorge Soares
Imagem do Público
Um destes dias alguém colocou no Facebook um vídeo que começava com uma imagem de Pedro Passos Coelho, se não me engano em fundo iam-se escutando frases deste sobre a situação do país e as medidas de austeridade, à medida que se ouviam as frases a imagem ia-se transfigurando até que no fim já se tinha convertido numa fotografia do Salazar. Na altura achei aquilo ridículo, não me parece que exista alguma hipótese de o tempo andar assim tão para trás.... mas ao ler notícias como esta começam a surgir algumas dúvidas sobre onde nos levará o caminho que a politica e este governo nos fazem seguir.
Como ouvinte da Antena 1 sinto-me triste e preocupado, é preocupante sentir que a censura se vai instalando e as vozes criticas vão desaparecendo, gostava sinceramente de saber de onde veio a ordem de acabar com o programa, terá sido do ministério de Miguel Relvas ou da embaixada de Angola?... em qualquer dos casos é preocupante.
“para que serve uma rádio pública e um serviço público?” ... “Para dar voz às pessoas ou para ser a voz do dono?”.»
Raquel Freire na sua última crónica do programa Este tempo da RDP
Ouvir a crónica de Pedro Rosa Mendes
Jorge Soares
Depois de O Quebra cabeças de arame, de O perfume daquela rosa, de A carta, e de O Caminho dos Medronhos agora foi a vez de O menino Valente
Recebi o seguinte mail da Antena 1:
"Caro Jorge Soares:
Queria avisá-lo de que, no próximo Domingo, dia 10, vamos ler a história que nos enviou, «O menino valente», numa emissão que tem como convidado o jornalista Pedro Pinto.
Pode ouvi-la na Antena 1, a partir das 13h.
Para se manter actualizado em relação ao programa, consulte o nosso blogue: ahistoriadevida.blogs.sapo.pt"
Cumprimentos, e boas histórias,
Inês Fonseca Santos.
Eu tento manter o blog activo e vivo, por vezes é difícil pensar num tema, ou ter vontade de escrever.... por vezes, como ontem, nem vontade nem escrita... há dias assim, em que saem umas coisas que são uma espécie de posts... mas há dias em que a inspiração aparece mesmo e saem umas coisas de jeito... hoje estou modesto.
Este é o quinto texto que escrevi para o blog e que enviei para a RDP que é escolhido para ser lido no programa... é motivo para estar assim um bocadinho orgulhoso.. até porque os textos fazem parte das minhas memórias e são um bocadinho de mim.
O menino Valente
As couves para o jantar do natal são plantadas mais ou menos pelo São Martinho, a minha mãe semeava o leirão no fim de Setembro, se o ano fosse bom e a geada não as queimasse, para o São Martinho estavam em condições de serem colhidas e plantadas na horta. Ela semeava sempre um leirão a mais com a ideia de as ir vender.
De Alviães a Telhadela é mais ou menos uma hora de caminho a pé, por entre pinheiros e eucaliptos, o velho caminho de terra segue a encosta do rio Caima até que já à vista das primeiras casas o atravessa pela velha ponte.
Eu devia ter uns 5 anos, a minha mãe acordou-me de madrugada, muito antes do sol nascer, o velho cesto com as couves arrancadas à terra na tarde anterior estava pronto. Um pouco de agua para que arrebitassem, cesto à cabeça, e fizemos-nos ao caminho. Noite escura como breu por entre os montes, sem luz nem lanterna, lá fomos andando, sem medos que eram outros tempos.
A seguir à ponte e antes das primeiras casas havia um bosque de castanheiros, estávamos quase a chegar, de repente por entre o mato ouvimos um ruído, o meu coração acelerou mas não dei parte de fraco:
-Mãe, não tenhas medo, eu estou aqui contigo!
Chegamos às primeiras casas com a aurora, em menos de nada todas as couves estavam vendidas e um punhado de escudos estava bem guardado, quando voltamos a passar pelos castanheiros já o sol se levantara e as castanhas eram visíveis dentro dos ouriços. Nessa altura o cesto que havia sido das couves molhadas, passou a ser das castanhas para o magusto.
Agora ninguém vai a Telhadela a pé, imagino que o caminho terá sido invadido pelas silvas e o mato, já ninguém vende couves num cesto à cabeça e já não restam meninos valentes.
Jorge Soares
PS:Imagens retiradas da internet
Depois de O Quebra cabeças de arame, de O perfume daquela rosa e de A carta, agora foi a vez de O Caminho dos Medronhos.
Recebi o seguinte email da RDP:
Caro Jorge Soares:
Queria avisá-lo de que, no próximo Domingo, dia 1, vamos ler a história que nos enviou, «O caminho dos medronhos», numa emissão que terá como convidada a guionista e autora Maria João Cruz.
Pode ouvi-la na Antena 1, a partir das 13h.
Para se manter actualizado em relação ao programa, consulte o nosso blogue:ahistoriadevida.blogs.sapo.pt
Cumprimentos, e boas histórias,
Inês Fonseca Santos.
Os 4 textos foram escritos aqui no blog, todos fazem parte das minhas memórias de vida, são histórias reais que por um ou outro motivo me vieram àe memória e que decidi partilhar com vocês, as pessoas que dão vida a este blog.
Obrigado a todos os que dedicam uns segundos da vossa vida a ler o que eu escrevo e obrigado à RDP pela enorme honra de seleccionar os meus humildes textos para partilhar com os seus ouvintes.
O Texto a ler no próximo Domingo dia 1 de Fevereiro, é este:
O caminho dos medronhos... ou a bebedeira!
Nasci num aldeia do distrito de Aveiro, num tempo em que se nascia em casa com uma parteira por obstetra, noutro tempo... agora muito distante.
A minha casa era num lugar donde a escola ficava a Quilometro e meio, mais coisa menos coisa, e desde os seis anos, lá ia eu, a pé para a escola, todos os dias. Acompanhado pela chuva do
Outono, a geada do Inverno ou o calor do verão, uma parte pela estrada, outra pelos atalhos que cruzavam pinhais e campos numa vã tentativa de encurtar caminhos.
Um dia, andaria eu na terceira classe, eu e o Quim Faianca, meu colega de caminho, descobrimos um novo atalho, que passando por entre campos de milho e batatais, encurtava duas ou três curvas ao caminho. A meio, na separação de dois terrenos, havia um medronheiro, naquele dia coberto de flores brancas. Na altura nem reparamos, mas de vez em quando lá passávamos, e pouco a pouco as flores foram passando a pequenas bolinhas verdes, que com o tempo passariam a bolas amarelas já rosáceas a meio da primavera, que mais tarde passariam a um vermelho vivo no inicio do verão e por fim a vermelho escuro, quase cor de vinho... quando as aulas estavam prestes a terminar.
Nós íamos passando por lá, um dia sim outro não, até que um dia reparamos que os melros e os pardais começavam a assentar arraiais na árvore em busca de um festim de frutos doces. Nesse dia, decidimos que estava na altura e na volta para casa... paramos lá.
O Quim, muito mais afoito a essas coisas que eu, subiu à pequena árvore, eu fiquei cá em baixo, comi todos os que estavam ao alcance da minha mão..e depois, ele ia atirando dos que estavam lá em cima. Há medida que íamos comendo, íamos ficando mais barulhentos, mais faladores, até que de repente, num movimento mal calculado a um caxo de medronhos mais distante, o Faianca estatelou-se no chão...e eu, após uns segundos de silêncio, desatei ás gargalhadas...... Ri feito doido, sem conseguir parar e a olhar para ele. Ele olhou para mim, levantou-se e riu comigo.
Depois disto, não consigo recordar muito mais, sei que fizemos o restante caminho até casa entre sorrisos e tropeções..e que cheguei a casa e a sentia às voltas, em lugar de ir almoçar, fui directo à casa de banho..... e despejei o estômago até à bilis... E consigo recordar uma enorme dor de cabeça que me acompanhou o resto do dia..e de que só passados quase 20 anos desenjoei dos medronhos e pude voltar a comer um!
Jorge
PS:Imagens retiradas da internet