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A palidez do dia é levemente dourada.

por Jorge Soares, em 23.08.13

palidêz

 Imagem minha do Momentos e Olhares

 

 

A palidez do dia é levemente dourada.

O sol de Inverno faz luzir como orvalho as curvas

                Dos troncos de ramos secos.

                O frio leve treme.

 

Desterrado da pátria antiquíssima da minha

Crença, consolado só por pensar nos deuses,

                Aqueço-me trémulo

                A outro sol do que este.

 

O sol que havia sobre o Parténon e a Acrópole

0 que alumiava os passos lentos e graves

                De Aristóteles falando.

                Mas Epicuro melhor

 

Me fala, com a sua cariciosa voz terrestre

Tendo para os deuses uma atitude também de deus,

                Sereno e vendo a vida

                À distância a que está.

 

Ricardo Reis

 

Gerês

Novembro de 2010

Jorge Soares

publicado às 23:18

Aguardo, Equânime, o que não Conheço

por Jorge Soares, em 05.04.12

Aguardo, Equânime, o que não Conheço

 

Imagem Minha do Momentos e Olhares

 

 

Aguardo, equânime, o que não conheço — 
Meu futuro e o de tudo. 
No fim tudo será silêncio, salvo 
Onde o mar banhar nada. 

Ricardo Reis, in "Odes" 
Heterónimo de Fernando Pessoa

 

 

A ponte Vasco da Gama, o Tejo e o Céu de Lisboa

Parque das Nações,

Novembro de 2010

Jorge Soares

publicado às 21:30

Somos donos do nosso destino

por Jorge Soares, em 19.08.11

Cada um cumpre o destino que lhe cumpre

Imagem Minha do Momentos e Olhares

 

Cada um cumpre o destino que lhe cumpre,

E deseja o destino que deseja; 
Nem cumpre o que deseja, 
Nem deseja o que cumpre. 
Como as pedras na orla dos canteiros 
O Fado nos dispõe, e ali ficamos; 
Que a Sorte nos fez postos 
Onde houvemos de sê-lo. 
Não tenhamos melhor conhecimento 
Do que nos coube que de que nos coube. 
Cumpramos o que somos. 
Nada mais nos é dado. 

Ricardo Reis, in "Odes" 
Heterónimo de Fernando Pessoa

 

Somos o que vivemos...

 

Algures numa praia de Portugal

Outubro de 2010

Jorge Soares

publicado às 12:32

A flor que és .....

por Jorge Soares, em 25.08.09

Flor de catus 

 

Fotografia minha de Momentos e olhares 

 

 

 

A flor que és, não a que dás, eu quero.

Porque me negas o que te não peço.

Tempo há para negares

Depois de teres dado. 

Flor, sê-me flor! Se te colher avaro

A mão da infausta esfinge, tu perene

Sombra errarás absurda,

Buscando o que não deste. 

 

 

Ricardo Reis

 

Num dos meus passeios do fim de tarde pela arrábida, a luz já era pouca mas a flor era muito bonita

 

Arrábida, Setúbal, Junho de 2009

 

Câmara: SONY DSLR-A350,ISO: 100,Exposição: 1/250 seg.,Abertura: 5.6,Extensão focal: 70mm

 

publicado às 15:54


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