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Rosa Amarela

por Jorge Soares, em 28.03.13

Rosa Amarela

Imagem minha do Momentos e Olhares

 

Rosa Amarela com a luz do fim de tarde

 

Cacela Velha, Tavira, Algarve

Fevereiro de 2012

Jorge Soares

publicado às 17:21

A cor da rosa

por Jorge Soares, em 17.08.12

A cor da rosa

Imagem minha do Momentos e Olhares

 

Alvejava de neve outrora a rosa,
Nem como agora, doce recendia;
Baixo voava Amor sem tento um dia,
E na rama espinhosa
De sua flor virgínea se feria.
Do sangue divina! gota amorosa
Da ligeira ferida lhe corria,
E as flores da roseira onde caía
Tomavam do encarnado a cor lustrosa.
Agora formosa
A rúbida flor
Recorda de Amor
A chaga ditosa.

Para os braços da mãe voou chorando;
Um beijo lhe acalmou penas e ardores:
E tão doce o remédio achou das dores,
Que Amor só desejou de quando em quando
Que assim penando,
Com seus clamores
Novos favores
Fosse alcançando.

Súbito voa, pelos ares fende;
As rosas viu de sua dor trajadas,
E que só de suas glórias namoradas
Nada dissessem com razão se ofende:
A mão lhe estende,
E delicioso
Cheiro amoroso
Nelas recende.

Vós que as rosas gentis buscais, amantes,
Nos jardins do prazer,
E, em vez da flor, espinhos penetrantes
Só chegais acolher,
Resignados sofrei, sede constantes,
Que a desventura,
Que a mágoa e dor
Sempre em doçura
Converte Amor.

Almeida Garret

 

Uma rosa em Hide Park

Londres, Agosto de 2011

Jorge Soares

publicado às 17:38

Me gusta cuando callas porque estas como ausente.. rosa

 

Imagem Minha do Momentos e Olhares

 

Gosto quando te calas porque estás como ausente,
e me ouves de longe, minha voz não te toca.
Parece que os olhos tivessem de ti voado
e parece que um beijo te fechara a boca.

Como todas as coisas estão cheias da minha alma
emerge das coisas, cheia da minha alma.
Borboleta de sonho, pareces com minha alma,
e te pareces com a palavra melancolia.

Gosto de ti quando calas e estás como distante.
E estás como que te queixando, borboleta em arrulho.
E me ouves de longe, e a minha voz não te alcança:
Deixa-me que me cale com o silêncio teu.

Deixa-me que te fale também com o teu silêncio
claro como uma lâmpada, simples como um anel.
És como a noite, calada e constelada.
Teu silêncio é de estrela, tão longinqüo e singelo.

Gosto de ti quando calas porque estás como ausente.
Distante e dolorosa como se tivesses morrido.
Uma palavra então, um sorriso bastam.
E eu estou alegre, alegre de que não seja verdade.

 

Pablo Neruda

publicado às 12:21

Quando uma rosa morre

por Jorge Soares, em 24.08.10

Quando uma rosa morre

 

Imagem minha do Momentos e olhares

 

Quando uma rosa morre
Outra cresce em seu lugar
Para onde o rio corre
Não é sempre o mesmo mar.

O sentido é um desvio
E a verdade um acidente
Não é sempre o mesmo rio
Não é sempre a dor que sente.

Quando uma rosa morre
Outra lua se anuncia
Não é sempre a mesma luz
Nem o mesmo fim do dia.

O sentido é um desvio
E a verdade um acidente
Não é sempre o mesmo rio
Não é sempre a dor que sente.

Quando uma rosa morre...

 

Rádio Macau

 

Outubro de 2009

Jorge Soares

publicado às 20:09

Mulher

por Jorge Soares, em 08.03.10

Rosa amarela

 

Imagem minha do Momentos e Olhares

 

 BELLA,

 

como en la piedra fresca

del manantial, el agua

abre un ancho relámpago de espuma,

así es la sonrisa en tu rostro,

bella.

 

Bella,

de finas manos y delgados pies

como un caballito de plata,

andando, flor del mundo,

así te veo,

bella.

 

Bella,

con un nido de cobre enmarañado

en tu cabeza, un nido

color de miel sombría

donde mi corazón arde y reposa,

bella.

 

Bella,

no te caben los ojos en la cara,

no te caben los ojos en la tierra.

Hay países, hay ríos

en tus ojos,

mi patria está en tus ojos,

yo camino por ellos,

ellos dan luz al mundo

por donde yo camino,

bella.

 

Bella,

tus senos son como dos panes hechos

de tierra cereal y luna de oro,

bella.

 

Bella,

tu cintura

la hizo mi brazo como un río cuando

pasó mil años por tu dulce cuerpo,

bella.

 

Bella,

no hay nada como tus caderas,

tal vez la tierra tiene

en algún sitio oculto

la curva y el aroma de tu cuerpo,

tal vez en algún sitio,

bella.

 
 
Pablo Neruda
 
No geral sou contra os dias, contra este e contra todos os outros, está em nós fazer de todos os dias um dia especial para as pessoas que nos rodeiam, sejam elas mulheres, pais, filhos, amigos... de todos modos, deixo uma palavra de carinho a todas as mulheres do mundo.. que merecem, hoje  e em qualquer dia
 
 
Jorge Soares

publicado às 21:41

A quem me deu o perfume .....

por Jorge Soares, em 23.08.09

 Uma rosa vermelha 

 

Fotografia minha de Momentos e olhares

 

A quem me deu perfume,


A quem me deu sentido.

A quem só me fez bem.

Ofereço uma rosa,

Àqueles que sorriram

Àqueles que comigo

partilharam lágrimas,

Àqueles que souberam

da minha existência.

Ofereço uma rosa...

(autor desconhecido)

(cortesia da Paola)

 

Ainda as rosas do quintal da minha mãe

Alviães,Palmaz, Oliveira de Azemeis, Aveiro

Abril de 2009

Jorge Soares

 

Apr 4, 2009,Câmara: SONY ,Modelo: DSLR-A350,ISO: 100,Exposição: 1/160 seg.,Abertura: 4.5,Extensão focal: 100mm

publicado às 15:37

O perfume daquela rosa ......

por Jorge Soares, em 31.01.08

O perfume daquela rosa

 

Imagem minha do Momentos e Olhares

 

Tínhamos ido ao cinema, deviam ser umas 20 horas quando deixamos o autocarro na avenida e nos dispusemos a subir os trezentos metros da rua até a tua casa. Era uma rua estreita com casas antigas alinhadas de ambos os lados. Em algumas das casas havia um pequeno jardim entre o passeio e a porta de entrada, como tantas vezes, paramos em frente da casa da roseira.

 

O meu instinto apurado fez-me reparar nos dois homens que se dispunham a subir a rua pelo mesmo passeio donde estávamos, estavam longe, quase na avenida de donde vínhamos. Era a ultima vez que estávamos juntos, rapidamente me centrei naquela flor, uma rosa perfeita e com um aroma tão intenso que o podíamos sentir desde o passeio, subi ao muro e dispus-me a cortar a flor. Como de todas as outras vezes disseste que eu estava louco e quiseste deter-me, mas desta vez não te dei ouvidos, era a ultima vez que estávamos juntos e eu queria roubar aquela flor para ti.

 

Desci do muro, tentavas parecer chateada, ....... o brilho dos teus olhos ao receber a flor denunciou-te......de repente lembrei-me, os dois homens, quando me voltei para ver donde estavam,  correram.....e ouvimos aquele grito:

 

-Não se mexam!

 

Pela minha mente passaram muitas coisas, correr, gritar, de certeza que os vigiliantes do predio donde vivias nos ouviam se gritássemos, mas aquela arma apontada para nós foi muito mais forte que tudo isso.

 

-Não se mexam!....e dêem-nos tudo o que tenham!

 

Entreguei o meu relógio - Não tenho mais nada!

 

- A carteira, dá-me a carteira!, -gritou o outro homem.

 

Entreguei a minha carteira e quando ia dizer - Deixem-me os documentos Já eles tinha arrancado a correr em direcção ao bairro.

 

Era o último dia que estávamos juntos e ali estávamos os dois  a olhar para o sítio por donde eles tinham desaparecido, eu com ar de embasbacado e tu com um ar muito assustado e rosa esquecida na mão.

 

Quando finalmente te passou a impressão, desataste a falar, ....que a culpa era daquela rosa, que não devíamos ter parado para roubar a flor, que éramos um par de tontos e por isso aquilo tinha acontecido.........

 

A verdade é que dei por bem empregue o susto e o pouco que eles tinham levado, o brilho dos teus olhos ao receberes aquela flor valeu por tudo isso e muito mais.

 

No Sábado seguinte apanhei aquele avião e não nos voltamos a ver, 20 anos depois não me consigo lembrar de absolutamente nada dos assaltantes, mas consigo ver perfeitamente aquela flor, consigo recordar o seu aroma intenso, e nunca esquecerei o brilho dos teus olhos naquele momento.

 

Jorge

PS:Imagem retirada da internet

 

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publicado às 23:42

Quantas Rosas Pastoras ainda há por aí?

por Jorge Soares, em 25.09.07

Estava há bocado a ver as notícias na televisão e de repente estavam a falar da Rosa, a menina pastora de ovelhas na serra da Estrela que sonhava em ir para a escola.

 

Do pouco que vi, entrevistavam o pai, que apesar de não estar lá muito convencido, lá condescendeu em que a Rosa fosse para a escola, não é que ele ache que isso vá servir para alguma coisa, mas aparentemente as conversas dos vizinhos e as visitas da GNR lá o convenceram.

 

Ver o homem falar, fez-me retroceder uns trinta anos, algures em 1977 ou 78, ainda o 25 de Abril era mais que um feriado. Lembro-me que num passeio de domingo, o meu pai levou o velho Toyota corolla atá à Serra da Freita, que fica ali entre Arouca, Vale de Cambra e Sever do Vouga e desde donde se tem uma magnifica vista sobre a Ria de Aveiro, ou seja, no máximo a uns 40 Kilómetros de Aveiro.

 

Lá em cima encontramos um velho pastor de ovelhas, que nos inundou de perguntas sobre o que se passava lá em baixo, no mundo donde tinha havido uma revolução que ainda não tinha chegado até ali, lembro-me perfeitamente das perguntas sobre a dívida pública e se era verdade que cada português devia 40 contos... que ele não devia nada a ninguém.

 

A postura agarrada ao cajado, o modo de falar e os modos daquele pastor, não diferiam muito do que vi hoje na SIC, a verdade é que este vive numa serra mais alta que a Freita, e donde presumo que a revolução também ainda não chegou, pelo menos para a Rosa, que faz 16 anos e que portanto, pró ano já não vai precisar mais de ir para a escola.....pelo menos, a GNR já não vai ter motivos para lá ir chatear o homem.

 

33 anos depois do 25 de Abril, da ultima vez que estive na Freita donde nasce o Rio Caima, havia um parque de campismo e sinais de progresso. Fico a pensar quantas Rosas mais há ainda em Portugal? e quando chegará a Revolução e tudo o que ela nos deixou,  até aquele ponto da Serra da Estrela?

 

Já agora, aconselho vivamente um passeio pela Serra da Freita e este magnifico Site com fotografias da serra.

 

Jorge

publicado às 00:20


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