Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem de aqui
A expectativa era grande, nomes como Luísa Sobral, Márcia, Samuel Uría, Rita Redshoes, etc, deviam ser a garantia de que algo ia mudar. São músicos consagrados, que dão cartas na nova música portuguesa, com muito sucesso e que não ficam a dever nada a muita coisa que se faz pelo mundo fora.... desta vez é que era.
Afinal, a montanha pariu um enorme rato.... desde a semana passada na rubrica da Antena 1, "A contar", David Ferreira tem estado a recordar alguns dos festivais dos anos 60... Bom, algumas das músicas que se cantaram nesta primeira meia final poderiam ter sido encaixadas no meio de qualquer um desses festivais sem que ninguém desse pelos quase 50 anos de diferença temporal....
É verdade que há letras muito bonitas, muito bem escritas... mas que claramente não tem nada a ver com um Festival da Eurovisão, podem ter muito a ver com o Festival RTP da canção dos anos 60 e 70.... mas dificilmente irão fugir aos últimos lugares na Eurovisão.
Qual é o problema da RTP com a música portuguesa do século XXI? Porque é que em lugar de escrever uma balada de outros tempos a Rita RedShoes não pode participar com uma das suas músicas em inglês? Porque é que o Samuel Uría, que escreve e canta coisas fantásticas, não pode participar no festival com uma das suas criações do século XXI?
Porque é que o Rui Drummond que tem uma das melhores e mais versáteis vozes do panorama nacional , não pode cantar mais que uma balada insossa e sem jeito?
Se realmente queremos participar na Eurovisão e ficar pelo menos a meio da tabela, porque é que não fazemos um festival a sério com: os the Gift , os Clã, os Xutos, os GNR, David Fonseca, The Legendary Tigerman, os Tambor, Isaura, Mimicat, Capitão Fausto, Acordes c/ arroz, Miguel Araújo, os Azeitonas, Marta Hugon, Aurea, etc, etc, etc,.....
Há tanta gente fora de série no panorama musical português que a única explicação que eu tenho para que ano após ano raramente se passe do medíocre, é que as regras de participação estão completamente erradas.....
Este ano esforçaram-se para trazer músicas escritas por jovens consagrados, mas esqueceram-se de mudar as regras... que de certeza são as mesmas de 1960.... se é que não são mais arcaicas. Como é que conseguem fazer um festival tão fraco com tantos nomes sonantes e cheios de sucesso na música nacional? O que é que a RTP tem contra a música POP e o Rock nacional? Esta vez até tivemos música em inglês... tão chata e sem graça como as baladas em português.. porquê?
Que tal esquecermos que este fim de semana aconteceu e começarmos de novo?
Jorge Soares
Imagem do Facebook
Por acaso passou ao lado daqui do blog, mas não me passou ao lado a mim, há duas ou três semanas um vídeo em que em Mourão em nome de uma qualquer tradição se podia ver como alguém tentava pegar fogo a um gato deixou as redes sociais em polvorosa, virou noticia nos meios de comunicação e levou inclusivamente a que a GNR tomasse conta do assunto.
A semana passada, via RTP 2, milhares de pessoas puderam ver em vivo, em directo e a cores, não um mas vários touros a serem perseguidos, picados com ferros e vitimas de outros maus tratos de uma crueldade evidente, curiosamente para além dos (poucos) mesmos de sempre, não vi mais ninguém escandalizado com tamanha crueldade com os pobres animais.
Há alguma diferença entre a crueldade com gatos e a crueldade com touros? A tradição de prender fogo a um gato é menos importante do que a tradição de espetar ferros e até matar os touros? (pelo menos em Barrancos mata-se o touro).
Porque é que a GNR toma conta da ocorrência e promete levar à justiça quem maltrata um gato e não faz o mesmo para com quem completamente identificado e via televisão, maltrata não um mas vários touros?
E por fim, onde andam os milhares que se indignaram, fizeram e/ou assinaram petições online e levantaram tanta poeira nas redes sociais com o que alguém fez ao pobre gato? Os touros não lhes merecem a mesma indignação? Ou tudo não passa de indignação e hipocrisia momentânea?
Jorge Soares
Há quem consiga muito melhor que eu colocar por palavras muito do que eu penso, o texto abaixo é sobre o programa de ontem na RTP em que se falou de hiperactividade, de diagnósticos e de medicação, mas também é sobre a doença e os transtornos a ela associados e quanto a mim, contribui e muito para desmistificar e esclarecer... usem 5 minutos para ler e reflectir.
O programa recentemente transmitido na RTP Cérebro meu – falsos diagnósticos de PHDA e os efeitos do metilfenidato – levanta uma séria de questões que não nos podem deixar indiferentes.
O diagnóstico de Perturbação de Hiperatividade / Défice de Atenção (PHDA) não pode ser tomado de forma leviana, pela primeira aparência. É uma regra de ouro da arte médica a importância da anamnese clínica cuidada e a recolha de informação de diferentes elementos, analisados de forma integrada.
No diagnóstico de PHDA, é essencial considerar outras causas de desatenção e hiperatividade, incluindo variações cognitivas e comportamentais aceitáveis para a idade, desadequação pedagógica, práticas educativas ineficazes, disfunção familiar, ansiedade, depressão, autismo, atraso no desenvolvimento, défice intelectual, disfunção familiar, perturbações da vinculação, entre outras. “Nem tudo o que mexe é PHDA” disse certa vez numa entrevista para um artigo, e é bem verdade. É um diagnóstico complexo, realizado com informação comportamental, eventualmente auxiliado por avaliação objetiva da atenção e de outras funções executivas em alguns casos.
Mas é importante esclarecer que não existe nenhuma evidência científica de que o doseamento de neurotransmissores nem outro tipo de análise química seja útil no diagnóstico da PHDA ou do Autismo. O problema dos neurotransmissores está no cérebro, não no sangue. Não é útil para confirmar e não é útil para excluir. A verdade científica demonstra-se, não se estabelece porque alguém diz da sua opinião ou experiência. É muito errado disseminar esta informação falsa que só pode beneficiar os laboratórios que fazem estas análises. As crianças não.
Num congresso recente sobre PHDA, que reuniu os maiores especialista e investigadores mundiais nesta área, ficou bem patente que a PHDA é uma situação muito heterogénea. As crianças que recebem este diagnóstico são muito diferentes e, provavelmente por isso, não foi possível ainda identificar nenhum teste químico útil para o diagnóstico. Os mecanismos podem ser bastante diferentes de criança para criança, embora as manifestações possam parecer semelhantes à superfície.
Os medicamentos que usamos para a PHDA são como todos os outros – são para usar apenas quando existe uma razão clínica, enquanto for necessário e se produzirem um efeito benéfico. Sim, podem ter efeitos secundários como todos os medicamentos, até mesmo os ditos “produtos naturais”. O tratamento tem de ser estabelecido por uma pessoa com experiência nesta área, com monitorização dos efeitos e reajustes ao longo do tempo.
Frequentemente, as crianças mais jovens não notam nenhum efeito da medicação, quem nota são os cuidadores. Mas é preciso que alguém note. Se ninguém nota efeito benéfico na altura suposta, não vale a pena continuar. Por outro lado, muitos efeitos secundários melhoraram com um ajustamento da dose, ou podem ser razão para suspender o medicamento.
O que é lamentável na peça jornalística, é a tentativa de generalizar experiências pontuais negativas ignorando os milhares de crianças a quem a medicação ajuda de facto. A medicação tem ajudado a interromper muitas espirais negativas de baixo desempenho, má auto-estima, desmotivação escolar, depressão, envolvimento em comportamentos de risco, incluindo o risco de acidentes, consumo de substâncias, envolvimento em delinquência e exclusão social. Contudo, é importante realçar que a medicação não é tudo e não resolve tudo. A PHDA é um desafio que precisa de ser abraçado por todos: a criança, os pais, a escola, os médicos e psicólogos, a comunidade. Existem inúmeros ajustamentos que se podem fazer para além da medicação com potencial de melhorar a qualidade de vida destas crianças e das suas famílias – a chamada intervenção multi-modal.
Outra ideia errada é que a PHDA foi inventada por Leon Eisenberg em 1969. Nem precisava, a PHDA sempre existiu e foram encontrados relatos médicos que descrevem muito bem estes sintomas pelo menos desde o século XVIII.
Em alguns países como EUA, pode existir um diagnostico excessivo de PHDA, com prevalências até 14%. A prevalência mais consensual é 5%, bastante conservada entre os continentes. Não existe uma epidemia de PHDA mas existe uma maior reconhecimento e uma pressão crescente sobre o desempenho que torna mais evidentes as dificuldades da PHDA, por vezes em idades mais tardias.
A sociedade da informação trouxe-nos muita informação útil mas também grandes desafios: distinguir o que tem fundamento, o que é fidedigno, o que é verdade, o que é generalizável, o que se aplica à nossa realidade e ao nosso caso. Nem tudo o que aparece no Google é verdade, alertava um jornalista nesta semana. Analise bem as suas fontes de informação sobre a PHDA, esclareça as suas dúvidas com os profissionais de saúde em quem confia e decida com liberdade, de forma verdadeiramente esclarecida.
FILIPE GLÓRIA SILVA
Retirado de Dormir e crescer
O “Toca a Todos” é um evento de solidariedade. De 3 a 6 de Dezembro de 2014, a Rádio e Televisão de Portugal acompanha uma emissão de 73 horas, uma missão que convoca Portugal a ajudar na luta contra a Pobreza Infantil.
Serão 4 dias, a partir do Terreiro do Paço em Lisboa para todo o país, numa emissão radiofónica que vai durar 73 horas.
Ao longo desse período, 3 apresentadores ( Ana Galvão, Diogo Beja e Joana Marques) farão a emissão fechados dentro de um estúdio rádio em vidro, onde poderão receber todos os convidados. Mas eles não podem de lá sair. O estúdio é a sua residência. O seu objetivo é angariar dinheiro para a causa. A causa da Luta contra a Pobreza Infantil.
Pelo estúdio passarão personalidades, figuras públicas, que se associam ao evento. O público é convidado a acompanhar in-loco. Dentro do estúdio visível no meio da Praça, vão acontecer showcases musicais e muito mais.
O Projeto “Toca a Todos” teve a sua ação inicial há 10 anos na Holanda, onde se tornou já o mais nobre e reconhecido projeto de solidariedade e foi entretanto replicado também em países como a Bélgica, Suíça, Suécia, Quénia ou Coreia. Atualmente países como a Eslovénia, Estonia, Hungria, Noruega, Alemanha e Áustria preparam-se para entrar na operação.
Em cada país, a sua causa, a sua missão específica.
Em Portugal, em associação com a Cáritas Portuguesa, a RTP escolheu para primeira causa, a Pobreza Infantil. É para esta causa que os donativos e contribuições dos portugueses vão convergir durante os primeiros dias de Dezembro. Contribuições individuais, mas contribuições de associações e empresas.
Fonte Site do evento
Podem ver o programa completo com todos os músicos e eventos que passarão pelo Terreiro do Paço aqui
Podem contribuir indo directamente ao terreiro do paço, aproveitam para ver um dos espectáculo, deitam uma olhadela ao estúdio de vidro da Antena 3 e deixam a vossa contribuição, ligando para o número abaixo, ou por transferência bancária para as contas que também estão abaixo.
Jorge Soares
Imagem de aqui
Está a levantar celeuma que o governo se prepare para gastar meio milhão de Euros por ano em salários só para os três principais directores do novo Banco do Fomento, sendo que um deles irá ganhar mais de 13 mil Euros por mês.
Assim de repente, num país onde o salário médio anda à volta dos 800 Euros por mês, 13 mil Euros parece um salário exorbitante, é claro que estamos a falar de alguém que terá a enorme responsabilidade de presidir a um banco do Estado. Podemos também perguntar para que precisa o país de um banco de fomento quando já existe algo chamado Caixa Geral de de depósitos... mas isso é outra história.
Pelo que percebi, as três pessoas em questão tinham cargos de relevo em bancos privados e teriam de certeza salários a condizer com a importância desses cargos, sei que muita gente acha que as pessoas deveriam ir trabalhar para o estado com espírito de missão, mas também é verdade que sempre que alguém me vem com essa ideia eu pergunto se a pessoa deixaria o seu emprego para ir para o estado ganhar menos que aquilo que ganha... ainda estou á espera do primeiro que diga que sim.
Para vermos como as coisas são relativas, li esta semana que O João Baião vai deixar a RTP para ir trabalhar para a SIC, onde irá ganhar qualquer coisa como 25 mil Euros por mês a apresentar programas de televisão, mais do dobro do que ganhava na RTP. Não vi ninguém escandalizado com isso, 25 mil Euros é quase o dobro do que irá ganhar o presidente do Banco... alguém quer comparar o nível de responsabilidade?
Dei por mim a pensar como são relativas as coisas, um entertainer ganha o dobro do presidente de um banco do estado... visto por este prisma o salário do banqueiro parece-me pouco para a sua importância... a menos que os salários se calculem com base no número de vezes que se aparece nas revistas cor de rosa....
É claro que a comparação não faz muito sentido, a SIC é uma empresa privada e paga o que entender... mas a RTP é uma empresa Pública e pelo que percebi o salário do Baião seria qualquer coisa acima dos 10 mil Euros... o que evidentemente à primeira vista parece um absurdo... se nos esquecermos que a SIC lhe vai pagar os tais 25 mil ...
Tudo na vida é relativo, mas será que queremos mesmo um banco com um presidente que ganhe o salário mínimo ou uma pequena parte do que ganharia nos bancos privados?
A minha visão de tudo isto é a seguinte: Tudo depende evidentemente do ponto de vista, mas parece-me que o que está errado não é o senhor ir ganhar os 13 mil Euros, o que está mesmo muito errado é que o salário mínimo seja uma miséria e a média dos salários do resto dos portugueses sejam os tais 800 Euros por mês.
Jorge Soares
Imagem de aqui
Não sou nada dado a telenovelas e há bastante tempo que tirando as noticias e um ou outro programa da RTP2, não via nenhum programa da televisão nacional, cá por casa os serões eram passados entre a blogosfera e os canais das series. Até que na RTP começou a dar Bem-vindos a Beirais.
Beirais é uma aldeia tipicamente portuguesa, o primeiro que nos chama a atenção é que fica algures entre as serras do Minho ou das beiras, rodeada de montanhas, rios com cascatas e campos verdes cheios de flores, mas tem o aspecto de uma qualquer aldeia saloia ou alentejana.
O que nos mostra a série é o dia a dia de uma aldeia cheia de histórias e peripécias, entre os protagonistas podemos ver todas as personagens típicas que existem em qualquer aldeia, desde o padre e as beatas da igreja até aos jovens que que apesar de viverem longe dos meios urbanos não deixam de ser jovens actuais com os mesmos sonhos e preocupações que qualquer outro jovem citadino da mesma idade.
A série, que está exemplarmente escrita e melhor interpretada, aborda de uma forma muito bem disposta sem deixar de ser de uma forma seria, um tema diferente cada dia.
Já por ali passaram temas como o celibato e o casamento dos padres, a homossexualidade, a violência de género, os perigos da internet e das redes sociais, os interesses políticos, a emigração dos jovens e um largo etc.
Tudo isto muito bem enquadrado na historia de vida das diferentes personagens que vão desde o empresário citadino que deixa tudo para trás e vai viver para o campo, até aquela senhora que existe em todas as aldeias que conhece todas as ervas e mesinhas, passando pelo médico, pelos guardas, os cangalheiros, a senhora da mercearia, o senhor da oficina, o barbeiro....
Sei que a série dá à mesma hora que na concorrência passam as telenovelas, mesmo assim está a levar a RTP a níveis de audiência que não tinha neste horário há muito tempo, um verdadeiro caso de sucesso da produção nacional, tudo isto com excelentes actores portugueses de todas as gerações.
Em resumo, se um dia eu quiser mudar de vida, deixar tudo para trás e ir viver para um sitio tranquilo mas ao mesmo tempo moderno, é de certeza para uma aldeia como a que é retratada na série que eu vou querer ir.
Bem haja por quem consegue fazer coisas diferentes e com muito valor na televisão Portuguesa, afinal em Portugal as televisões não são todas iguais.
Jorge Soares
Imagem do Público
Hoje tivemos um Passos Coelho igual a si próprio... igual, igual não, há uma evidente melhoria da utilização das palavras, imagino que seja das idas ao parlamento e da participação nos debates com os deputados da oposição... o homem já está tão mestre na fuga às questões e no utilizar as palavras para falar muito e dizer pouco, como qualquer outro político e já não mete os pés pelas mãos tantas vezes.
Dos comentários que fui lendo no Facebook, parece que há muita gente desiludida com o formato do programa, com as perguntas colocadas pelas pessoas, com a falta de debate, com a forma como se deixa o entrevistado fugir às questões ou dizer o que lhe apetece sem contraditório e sem confrontação.
Eu não tinha grandes expectativas sobre o que ia resultar dali, o programa tem tempo limitado, cada pessoa tem os seus problemas e as suas expectativas, cada um de nós teria outras questões para colocar, mas só cabem ali 20 pessoas.
Acho que as pessoas foram bem escolhidas e as perguntas foram abrangentes, foram tratados praticamente todos os problemas que fazem a actualidade e até alguns que até fazem sentido mas que andam um pouco esquecidos.. como a acessibilidade ao interior do país, leia-se Túnel do Marão, e a agricultura.
Mas este não era um programa de debate, era um programa de perguntas e respostas sem direito a contraditório, e de um programa de este tipo não se pode esperar muito mais que aquilo que saiu.
De resto não saiu dali nenhuma novidade, mesmo no caso do ministro Morais Sarmento, ele foi coerente consigo mesmo, minimizando o que de mau se está a passar.
Passos Coelho limitou-se a repetir o que vem dizendo desde que formou governo, continua a mostrar uma enorme convicção de que o caminho que está a seguir é o correcto e que não há alternativas.
Quanto ao programa, não sei como funciona noutros paises, mas nestes moldes não sei se faz muito sentido ou se pode trazer alguma coisa de novo.
Jorge Soares
Imagem de Aqui
O último acordo do governo Grego com com a Troika previa uma redução de mais de 15000 funcionários públicos até 2015, até hoje não se tinha visto por onde ia a coisa, hoje começou a retirar-se a ponta do véu, a partir da meia noite são encerrados os serviços públicos de rádio e televisão.
A ERT, uma empresa pública com mais de 70 anos e com mais de 2700 funcionários deixa de existir a partir da meia noite e a Grécia torna-se no único país da Europa sem um serviço público de televisão. Tudo em nome dos cortes das gorduras do estado.
Segundo Simos Kedikoglu, porta vós do governo, a empresa era um caso estremo de opulência e desperdício de dinheiro e por isso será encerrada por tempo indeterminado. Tal como em Portugal, uma parte dos custos da empresa estatal era suportada pela população que paga uma taxa de 4,3 Euros junto com a factura da electricidade.
A Grécia conta com uma taxa de desemprego de mais de 28% que será agora aumentada com os jornalistas e funcionários da ERT, empresa de radio e televisão.
Mas o pior é que a coisa não deverá ficar por aqui, o presidente da República aprovou por estes dias um decreto do governo que permite aos titulares de cargos públicos o encerramento de organismos públicos sem qualquer tipo de explicação ou pedido de autorização ao parlamento... veremos quais as gorduras que se seguem no guião.
Até agora a Grécia tem sido como que o balão de ensaio para as medidas que se aplicarão depois no resto da Europa, estará a nossa RTP segura?
É verdade que se não há dinheiro não deveria haver palhaços, mas será que um estado pode abdicar assim tão facilmente dos meios de comunicação que deveriam ser o garante da imparcialidade na informação e da defesa da sua cultura? É verdade que num mercado aberto e competitivo já pouco diferencia as televisões publicas das privadas, mas não deixa de ser irónico que os estados em lugar de optarem por colocarem regras que diferenciem o serviço público do comercial, optem por simplesmente abdicar dos meios de comunicação e da defesa da sua integridade.
Jorge Soares
Imagem do Público
Nada como um ódio de estimação para fazer a blogosfera e o Facebook entrar em ebulição, não foram precisas mais que umas poucas horas para que surgissem três petições online contra e uma a favor da presença de Sócrates como comentador residente na RTP. Eu já aqui expliquei para que servem as petições online, se calhar não era má ideia a malta ir ler este post.
Eu também sou dos que tenho um odiozinho de estimação pelo homem, foram muitos os posts que escrevi contra ele e o seu governo, basta seguir a tag Sócrates, mas não consigo perceber porque os mesmos que agora se rasgam as vestes contra ele, que até vai comentar à borla, não fazem o mesmo escarcéu contra a presença de outros comentadores do mesmo e de outros partidos na televisão, com lugar cativo nos vários canais de televisão e que na maior parte dos casos recebem pipas de massa para dizerem todos os disparates que lhes apetece... ou será que alguém acredita que só ele é que é culpado e os outros que estiveram no governo noutras alturas não são?
Jorge Soares
Imagem do Público
Confesso, não consigo ter uma opinião formada sobre o caso das imagens em bruto que terão, ou não, sido visionadas pela polícia.
Imaginemos por um momento que em resultado das pedradas lançadas pelos idiotas mascarados, tinha morrido um polícia ou um jornalista... ou que no resultado da carga policial tinha morrido um dos manifestantes. Será que nesse caso todas as pessoas que se mostram contra o visionamento das imagens teriam a mesma opinião?
Que diferença há entre as imagens que em muitos casos passaram em directo nas diferentes televisões e as que foram captadas pelos operadores de camara e que por algum motivo não foram para o ar?
No dia em que Nuno Santos foi demitido, uma das explicações que ouvi na Antena 1 para a existência dos dois DVDs com as imagens em bruto, foi que estas foram compiladas porque um dos carros da RTP foi danificado e as imagens poderiam ser utilizadas como prova para se encontrar os culpados.... então as imagens podem servir como prova para a acusação da RTP e não para utilização da PSP em sua defesa e/ou do estado?
Já agora, porque é que o pedido às televisões foi feito directamente pela PSP e não através de um pedido judicial?
Entendo perfeitamente a posição dos jornalistas em defesa do seu código deontológico e da protecção das fontes... mas comparar as imagens captadas em frente ao parlamento com um caderno de notas ou a protecção das fontes não será em manifesto exagero?
Como disse, não consigo ter uma opinião formada.. mas há algo que me parece claro, a tutela, leia-se Miguel Relvas e o seu ministério, aproveitaram para na sequência do que já vinham fazendo na televisão e rádios Públicas, movimentar mais um peão e darem a direcção de informação do canal público a alguém mais da sua confiança.
Jorge Soares