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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem minha do Momentos e Olhares
Também já ali estive assim, só, a tentar enganar a tristeza da solidão com a quietude do rio e a beleza do pôr do Sol, foram incontáveis as vezes que a caminho do quarto onde costumava morar, me sentei ali a ver o vai vem dos barcos e o voo das gaivotas. É sem dúvida o meu lugar preferido de Lisboa.
Já não recordo a última vez que lá estive ou sequer lá passei, hoje fomos lá com os miúdos, havia uma enorme multidão, muitíssimos turistas e até um grupo de música brasileira... mas há coisas que não mudam, o voo as gaivotas, a serenidade do Tejo e pôr do sol magnifico.
Cais das Colunas,
Lisboa, Janeiro de 2012
Jorge Soares
Imagem do Facebook
Não podíamos fazer barulho, tínhamos que encontrar o buraquinho na terra, depois com uma palhinha fazíamos umas cócegas e.....VOILÁ............O grilo vinha cá para fora. ....
O meu pai comprava uma gaiola de plástico com paredes de ripas amarelas e tecto azul ou vermelho na festa da aldeia, metíamos o grilo lá dentro, e pendurávamos a gaiola algures na cozinha lá de casa. Era alimentado a alface e nos dias quentes de verão ele cantava para toda a família. :-)
Coisas que eu fazia no fim dos anos 70 e inicio dos 80 e que os meus filhos dificilmente irão alguma vez fazer....., caçar grilos era de certeza uma destas coisas, até porque tirando os meus passeios pelo sopé da Arrábida, não me lembro de aqui em Setúbal ter ouvido alguma vez um grilo a "cantar".
Para quem não sabe, os machos do grilo dos campos "cantam" esfregando duas das suas asas uma na outra para fazer aquele som característico que tanto nos encantava naquela altura... na realidade eles estão a tentar chamar a atenção das fêmeas... mas também funciona com os humanos.
A saudade é uma palavra que serve para nos recordar que alguma vez na vida, nós já vivemos.
Jorge Soares
Aposto que a maioria não se lembra quando foi a última vez que viu alguém a escrever à máquina, se calhar uma grande parte nem terá visto tal coisa. Eu lembro, há um ano atrás em Cabo Verde fui pagar uma conta da Meninos do Mundo a um despachante, após explicar ao que ia e ter entregue o dinheiro, o senhor pediu a um dos funcionários que me entregasse o recibo. Para meu espanto, este sentou-se em frente a uma máquina de escrever, colocou as folhas entre os rolos: original, papel químico preto e duplicados, acertou-as e após perguntar em nome de quem era... bateu o recibo à máquina.
Podem não acreditar, mas ouvir aquele som das teclas no papel foi como ouvir uma velha e conhecida melodia... e o meu espanto por aquilo que estava a presenciar passou para segundo plano quando a minha mente começou a viajar no tempo... anos, muitos anos para trás.
A minha era verde azeitona como aquela, mas muito mais pequena e portátil, completamente manual, escrevia muito bem, acompanhou-me durante os anos do liceu e eu adorava escrever. Por norma os meus trabalhos escritos eram sempre volumosos, lembro-me de um trabalho de história contemporânea sobre os partidos políticos com mais de 20 páginas.... alguém faz ideia o que era escrever 20 páginas à máquina? É claro que não dava uma décima parte dos erros que dou agora, e a escrita tinha que ser pensada, nas máquinas não há como voltar atrás, só há voltar a escrever desde o início da página.
Teria eu 16 ou 17 anos e escrevi uns artigos para uma revista, eram sobre a presença de Portugal nos mundiais de Futebol, no fim da segunda página descobri que tinha saltado um nome a meio... toca a escrever de novo, ia tão embalado que voltei a fazer o mesmo... e recomecei, e voltei a fazer o mesmo... aí decidi que já estava bom, dei a volta ao texto e fiz o senhor aparecer no fim da página. Num computador não tinha demorado mais de 5 segundos a corrigir o erro, ali levei de certeza mais de uma hora.
As máquinas de escrever tiveram a sua época, os computadores mudaram o mundo de muitas formas, uma delas foi na forma de escrever, mas não deixa de ser com alguma nostalgia que hoje li no El Mundo que fechou a última fábrica de máquinas de escrever que ainda existia. É difícil entender como mais de 20 anos depois da massificação do computador, dos processadores de texto e das impressoras, ainda existia esta fábrica na Índia, chamava-se Godrej & Boyce... Assim de repente, senti que perdi uma velha amiga, cúmplice de tantas coisas e de tantas ideias.... sabem uma coisa?, estou a ficar velho.
Já agora, se puderem leiam este conto : A Máquina, é fantástico.
Jorge Soares
Hoje o vitinho faz 25 anos, curiosamente a primeira recordação que tenho do boneco é que uma empresa, não vou dizer aqui o nome porque depois disso não merecem a publicidade, colocou a RTP em tribunal a exigir o fim do boneco de que se tinham apropriado... há gente com lata. O pior é que no fim conseguiram.
Nos anos 80 eu não estava em Portugal, nos 90 não via televisão, quando voltei a ver no inicio deste século, quem mandava os meus filhos dormir era um patinho amarelo. Estão a ver que a mim o Vitinho não me diz muito... mas diz a muita gente, tanta que o boneco até teve direito a personalização especial por parte do google.
Com 25 anos o Vitinho é um boneco moderno, e como não poderia deixar de ser, tem uma página no facebook, chama-se Comunidade do Vitinho e há bocadinho tinha 723 amigos. Esta comunidade lançou uma petição online para que a dita empresa de que não falamos e a RTP voltem a colocar o boneco nos ecrãs...a mim parece-me justo... vão lá votar, é aqui.
Jorge Soares