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Pessoas que fazem a diferença

 

 

Imagem do Facebook Senhor da Portagem

 

 

Na cabine da portagem há um homem que sorri, o que faz dele um herói. Basta um simples sorriso, um piropo, uma frase amável, para mudar a indiferença que pauta o corropio dos dias. Do alto de uma cabine da portagem da ponte 25 de Abril, um homem toca a vida de milhares. Que agora lhe agradecem.

 

Há pessoas que nascem para fazer a diferença, ser portageiro deve ser das coisas mais chatas e monótonas que há, passar o dia  a respirar o fumo dos milhares de carros, a dar e receber dinheiro e trocos, não deve ser  a profissão de sonho de muita gente... Nas portagens da ponte 25 de Abril há alguém que mesmo nesta profissão à primeira vista tão chata, consegue fazer a diferença.

 

E nem é preciso muito para fazer uma enorme diferença, são pequenos gestos: um olá, um sorriso, uma palavra alegre, um piropo... tudo pequenas coisas que para quem todos os dias começa o seu dia enfrentando enormes filas de trânsito, podem fazer toda a diferença.

 

Estas pequenas coisas fazem a diferença ao ponto de que há quem se preste a estar mais tempo na fila da portagem, ou a pagar mais só para ter a sorte de passar pela sua cabine e começar o dia com um desses gestos.

 

Há quem vá pelo mundo a fazer grandes coisas que não fazem diferença nenhuma para ninguém e há pessoas, como o senhor da portagem, que com pequenos gestos fazem a diferença e tocam no coração milhares de pessoas todos os dias.

 

Na realidade todos deveríamos ser como o senhor Samuel, numa sociedade cada vez mais fechada e individualista são pessoas como ele que nos recordam que ao contrário do que tantas vezes sentimos, não estamos sós... e que basta um sorriso, um olá, um bom dia, para fazer alegrar o dia a alguém. Pagar a portagem demora alguns segundos, pelos vistos é o tempo suficiente para deixar uma marca perdurável.

 

Como seria melhor o mundo se todos fossemos como ele.

 

Alguém se deu ao trabalho de criar uma página no Facebook sobre ele, é aqui.

 

Jorge Soares

 

 

 

publicado às 22:00

Conto - O namorado de vivi

por Jorge Soares, em 08.02.14

 

–– ORA, MAS VIVI era praticamente da família! E não me venha com essa história

de que “todo mundo diz isso!”. Vivi era, sim, praticamente da família! 

 

        Lembro-me ainda do dia em que fomos para Lagoa de Itaenga, onde fica a fazenda de vovô e naquele dia ensolarado, debaixo da cachoeira friíssima, conheci a Vivi... Eu tinha escorregado, sabe?, era uma criança, ainda, uma menina de meus lá oito anos, dos quais os oito tinham transcorrido em Recife. A única coisa que eu sabia da vida aventureira de criança era o que me diziam os parques da Jaqueira e o Sítio da Trindade!

 

Não, não mesmo, nunca frequentei o Parque Treze de Maio... Mainha e painho não deixavam, diziam que lá só tinham crianças pobrezinhas e gente se esfregando, uma pouca vergonha! Enfim, tudo o que eu sabia de uma vida aventureira se encontrava naqueles parques que acabo de lhe dizer; Ademais disso, vivia nos Shopping Centers, dentro dos cinemas e Game Stations... Essa era toda minha vida de criança no Recife.

 

Quando encontrei a Vivi na cachoeira lá em Lagoa de Itaenga eu estava numa situação inusitada, ao menos para mim naquela época, sabe? Calma, vou dizer. Aliás, já disse, eu tinha escorregado e me relei todinha nas pedras da cachoeira, se não fosse a Vivi... Ah, meu Deus, Vivi era praticamente da família!

 

Tudo bem, vou contar, ela ali, estava na cachoeira, me olhando de rabo de olho, era que eu, menina da cidade grande, queria não junto de mim os matutos da roça, mas veja, não me leve tão a mal, isso era o que me tinham incutido mainha e painho, eles, grandes médicos, me diziam que as perebas dos ricos e a dos pobres eram diferentes, veja só! Eu só podia crer como verdade... Além do mais, minha própria avó me dizia que quando rico morre, morre diferente de pobre. Confesso que morremos sim, diferentes, nós no luxo, eles na penúria, sofrendo sofrimento horrível... Caixão e vela preta!

 

Não que eu queira dizer que vamos para lugares diferentes..., sim, eu conheço a tal parábola do rico e do pobre... Mas não era pra menos, sendo Jesus filho de carpinteiro, achas mesmo que ele ia colocar o pobre no inferno e o rico no seio de Abraão? Ah, meu filho se toque!

 

Você não acha que estamos fugindo muito do foco? Tenho amigas que vivem me dizendo que gosto tanto de digressões que barro aquele meu velho ex-professor de Ciência Política e Teoria Geral do Estado!

 

O fato é que Vivi veio nova ainda aqui pra casa, todo mundo tinha gostado do que ela tinha feito –– pulou na cachoeira e foi nadando no fito de me socorrer lá em baixo... Pie só, eu estava sendo puxada pelas águas da cachoeira, e mais em baixo tinha outra... Seria mortal. Vivi me salvou.

 

Em troca disso, painho considerou dar-lhe um prêmio: uma oportunidade de viver na capital do Estado. Veja bem, você não acha inusitado, algo bom por demais da conta, para uma pessoa tão pobre e desajustada na vida? Os pais de Vivi cortavam cana, trabalho braçal insuportável naquela usina duns tais Campellos... Sabes qual seria sua maior herdade? Cortar cana como os pais e irmãos...

 

Lembrando disso eu até sinto que painho deve de estar agora no céu ao lado da Virgem ouvindo essa história que estou lhe contando e se arrepiando todo... Deus que lhe ilumine a alma! A caridade que fizemos, ninguém faz hoje em dia... Vivemos tempos de mentes secas, duma seca pior que a do sertão.

 

Daí, Vivi cresceu comigo, estudou numa escola daqui mesmo da capital. Como? Particular? Não, não, mainha colocou ela numa escola pública boa. Isso bastava, não? Considerando que ela não iria sequer estudar em Lagoa de Itaenga!

 

O que ela virou? Ora, claro que Vivi era nossa empregada! Ela foi por nós empregada para poder ter o dinheiro dela, para poder usar como bem lhe apetecesse, para poder ser alguém, entende? Ah, mas se eu ganhava mesada era porque era filha, se Vivi ganhava o dinheiro dela, era porque era trabalhadeira, e isso a ninguém repugna!

 

E daí, com a morte de painho, que Deus o tenha em firmes tronos, mainha já estava bastante velha e eu já casada e morando na mesma casa nossa no Poço das Panelas. Vivi, grande, tornou-se minha ajudante sem igual. Uma ajudante número um, sem falar que ganhou lá uns aumentos salariais... 

 

       Claro que foi por conta do plano real! Mas foram aumentos! Não diga que não foram, que importa o aumento das coisas, Vivi morava comigo, comia do meu pão, bebia do meu vinho, quer dizer, vinho mesmo ela num bebia não, não tinha costume, mas bebia da minha água, nunca precisou de comprar uma bolacha sequer, como disse, era praticamente da família!

 

       Meus filhos nasceram, e tanto eu quanto o Adalberto ficamos felizes da vida, nossa vida seria ainda melhor, e Vivi, ora, Vivi era a única pessoa em quem nós confiávamos para cuidar deles, para gerir seu carinho e cuidado... Vivi foi nossa babá.

 

       Mas veja só como o tempo passou! Estou eu agora com meus quarenta anos e minha filha mais velha com vinte! Vivi? Acho que deve ter minha idade, sempre foi maiorzinha, sabe?, nunca perguntei nem nada! Carteira de trabalho? Ora, já não falei que era quase da família?! Você assinaria a carteira da sua mãe? E não obstante ela sempre trabalhou pra você!

 

       Mas o problema veio quando Vivi arrumou aquele namorado! Quem já se viu, uma mulher de sues quarenta anos arrumando namorado, e foi numa folga que eu dei a ela para ela brincar o São João, ah meu Deus como eu me arrependo disso! Arrumou um traste de um namorado pelos lugares aí em que foi e, o que é pior... Engravidou! Sim, querido, isso mesmo, EN-GRA-VI-DOU!

 

       O que eu poderia fazer, meu Deus!, criar o filho de Vivi? Mas é claro que não! Já criei a própria Vivi, junto com minha mãe, ela era praticamente da família, tinha quarto, tinha cama, mesa e banho, tinha tudo, família e carinho, e jogou tudo por cima da janela como se fosse nada.

 

       Espaço? Mas é claro que minha casa tem espaço, mas a questão não é espaço, meu caro, é de espaço que vem o dinheiro que se gasta com comida, médico, consultas, escola, educação, moral e bons costumes e outras coisas mais que criança precisa? E veja, Vivi não era um bebê, tinha lá seus oito, nove anos, como eu, quando veio... Além do mais, na minha casa mando eu e meu marido, mas quando Adalberto cisma com alguma coisa, só posso fazer meu papel de boa diplomata. Adalberto disse categórico: “Não quero saber de menino chorando por aqui. Meus filhos já criei, essa daí que crie os dela”!

 

       Ora, não recrimine o Adalberto por dizer “essa daí” de Vivi, é que, os homens são mais estourados, não sabe? E ele, como quase um pai que foi pra Vivi, não podia ficar calado... Não, não, Vivi não foi minha madrinha de casamento, pra seu governo tenho grandes amigas, como poderia chamar Vivi?

 

        Falamos pra ela sobre esse problema e ela mesma resolveu voltar pra Lagoa de Itaenga, pra criar o filho lá. Disse ela, dis-se-E-la, que o tal namorado ia ajudar, quero ver como, só pode ser cortando cana!

 

        Não temo ter demitido Vivi, ou melhor, que conste que ela mesma é quem se despediu, só dói aqui no peito, sabe? Vivi era praticamente da família!

 

        Minha filha? Que tem minha filha? Sim, sim, minha filha está grávida do namorado... Mas veja, ele é estudante de direito da Universidade Federal, os pais são advogados e procuradores, tem escritório próprio, etc., boas relações na alta sociedade recifense, o rapaz faz despachos com desembargadores federais e estaduais..., não é a mesma coisa! Minha filha está bem assistida, e fez o que era certo, não foi com um desses quaisquer que ficam dançando forró por aí...

 

        Entenda, a mulher precisa mesmo de quem lhe dê de tudo. Homem sem dinheiro num pode ter mulher. Só tem mulher quem pode.

 

        Além do mais, já disse mil vezes, parece que você ainda não entendeu!, Vivi era pra-ti-ca-men-te, da família... Nunca disse que ela e-ra da família.

 

Mario Filipe Cavalcanti

publicado às 21:18

Quem disse que o tamanho não importa?

por Jorge Soares, em 09.04.13

quem disse que o tamanho não importa?

 

Imagem do Público

 

Há estudos para tudo, evidentemente faltava este, ora segundo um estudo de uma universidade na Austrália, a Universidade Nacional Australiana, em Camberra , elas sentem-se atraídas mesmo é porque quem é alto, tem os ombros largos, a cintura mais ou menos fina e... um pénis grande.

 

É claro que há explicações cientificas para isto tudo, na época pré-histórica, quando andávamos todos despidos, o que mais interessava mesmo eram os atributos físicos. Numa época em que valia tudo, um homem mais alto e mais forte era garantia de uma maior fortaleza na defesa da família, de aí a preferência pelos homens maiores, é claro que quando andamos despidos um pénis maior chama mais a atenção que um que mal se vê.

 

A questão é que o estudo foi feito na actualidade, e apesar dos milhares de anos de evolução, quando puseram a mais de uma centena de mulheres a escolher os seus preferidos entre umas dezenas de imagens masculinas, elas continuam a escolher os mais altos, de ombros largos e de preferência com um pénis maior, acho que não está na noticia do Público, mas eu ouvi numa rádio espanhola duas mulheres que falavam do mesmo estudo e segundo elas, os resultados diziam que as preferências médias iam para os 13 cms... em repouso.

 

Ou seja, apesar da já quase igualdade de sexos, do feminismo do século passado, dos desejos de liberdade e independência, há coisas que nunca mudam, lá muito no seu intimo, elas continuam mesmo a sonhar com um homem grande que as possa mimar, proteger e encher-lhes completamente as medidas...

 

Quem diz que o tamanho não importa?, quem o tem pequeno!

 

Jorge Soares

 

Ps: Já agora quando é que alguém faz um estudo sobre as preferências dos homens no que diz respeito a alguns tamanhos nas mulheres?

publicado às 22:18

Homem morre atropelado pelo metro enquanto as pessoas veem

 

Encontrei a noticia no El País, numa estação de metro de Nova Iorque após uma discussão com outra pessoa, Ki Suk Han um homem de 58 anos, foi empurrado para as vias do metro. levantou-se e tentou voltar a subir para a plataforma mas não o conseguiu fazer antes que o comboio chegasse e foi esmagado, vindo a morrer pouco tempo depois num hospital ali perto.


Tudo isto aconteceu na presença de um fotógrafo profissional que tirou várias fotografias e de várias outras pessoas. Houve inclusivamente quem tenha gravado a discussão com quem o empurrou, mas nas várias imagens publicadas no New York Times apesar de que se podem observar várias pessoas na plataforma, ninguém se acercou para tentar ajudar o homem a subir.


O fotógrafo Umar Abassi, que teve tempo para apontar a máquina e tirar várias fotografias, alega que tentou utilizar o flash para chamar a atenção do maquinista.

 

Há quem questione o Jornal por publicar as imagens, mas para mim a maior questão é, como é que chegamos a uma situação em que várias pessoas foram testemunhas da discussão, do empurrão para a linha e da tentativa do homem para salvar a sua vida e ninguém se acerca a ajudar?

 

Que tipo de sociedade é esta em que as pessoas se dão ao trabalho de gravar uma discussão entre dois adultos mas não são capazes de se mexerem para tentar salvar uma vida humana?

 

Como é que chegamos a um ponto em que a prioridade é tirar fotografias e não correr para salvar quem sabemos que vai morrer?

 

Que futuro existe para uma sociedade e uma raça humana que não está para se chatear ou simplesmente nãos abe definir prioridades?

 

Jorge Soares

publicado às 21:08

Monstro das bolachas vira vegetariano

 

 

É das poucas coisas que me lembro da minha infância, todos os dias por volta das 18 horas eu sentava-me no chão da sala a olhar para a mira técnica (aposto que muita gente nem sabe o que é) da RTP à espera que o primeiro canal abrisse.  Logo a seguir vinham os 10 ou 15 minutos de horário infantil e invariavelmente o Egas, o Becas e o monstro das bolachas. Quem tem filhos sabe que a serie é formada por muitos mais personagens, incluindo um enorme pássaro amarelo de que nem após o terceiro filho eu sei o nome, mas eu só me lembro destes três.

 

Esta semana foi noticia que pelo menos na versão espanhola o popular monstro das bolachas vai deixar de comer bolachas e passar a comer frutas e vegetais, pelo vistos há quem ache que um boneco azul que se alimenta de bolachas é uma má influência para as crianças, logo, em nome do bom exemplo e da boa alimentação, toca de corrigir os maus hábitos ao simpático boneco.

 

Há muito que o politicamente correcto está implantado na nossa sociedade e desde que alguém decidiu trocar as armas dos policias de ET por telemóveis, já nada me surpreende, mas há coisas que só fazem sentido como são...  Há series infantis que só existem porque há uma componente de violência incluída, alguém consegue imaginar coisa mais violenta que Tom E jerry?, quantas vezes foi o pobre gato, esmagado, queimado, rebentado, trucidado, martelado? E o Bip Bip? uma serie em que o único objectivo das personagens é a violência física e constante?

 

Todos nós crescemos com o monstro das bolachas, Tom e Jerry, o Bip Bip e muitas outras séries que à luz dos padrões actuais seriam consideradas ou violentas, descriminativas, deseducativas ou tudo isto em conjunto, não me parece que fossemos nem mais violentos, nem menos educados que as crianças actuais... e muito menos que fossemos menos felizes e saudáveis.

 

Será que alguém acredita mesmo que a troca do monstro das bolachas pelo monstro dos espinafres vai contribuir em algo para a mudança dos hábitos alimentares das crianças?

 

De que serve ter na televisão um boneco azul a comer fruta se as crianças estão sentadas em frente ao televisor com um pacote de batatas fritas na mão?

 

Jorge Soares

publicado às 21:45

O que significa empreendedorismo?

por Jorge Soares, em 22.05.12

espírito empreendedor

Retirado de aqui 

 

 

empreendedorismo 
(empreendedor + -ismo

s. m.
1. Qualidade ou caráter do que é empreendedor.

2. Atitude de quem, por iniciativa própria, realiza ações ou idealiza novos métodos com oobjetivo de desenvolver e dinamizar serviços, produtos ou quaisquer atividades de organização e administração.

(retirado do Priberam)

 

 

Hoje encontrei o seguinte vídeo:

 

Não há pior cego que quem não quer ver, eu percebo o ponto de vista do Herman, quando temos tudo à mão, quando a nossa única preocupação é arranjar mais uma piada parva (ou não) para fazer rir o povinho... acreditamos que tudo é possível, até fazer nascer as oportunidades.

 

Toda esta história do empreendedorismo fez-me lembrar outros tempos, quando eu vivia num dos países com mais recursos no mundo e onde apesar disso ( ou se calhar por isso) a crise se instalou. Como não havia Euro a solução foi proibir a venda de divisas e desvalorizar a moeda.. de um momento para o outro deixou de haver bens importados, a economia parou completamente e uma enorme franja da população viu-se sem emprego e na miséria.

 

Como era um pais em que mais de 50% da população tinha menos de 25 anos a solução foi o empreendedorismo, em pouco tempo todos os passeios das principais avenidas da capital se encheram de gente que vendia tudo e mais alguma coisa, desde roupa a cassetes piratas, passando por comida, verduras e até pequenos serviços. Em todas as esquinas e semáforos havia gente com baldes e panos que insistiam em lavar os vidros dos carros, mesmo que estes tivessem sido lavados no semáforo anterior, por entre as filas de transito havia crianças a vender pensos, pilhas, rebuçados...

 

É claro que há sempre aqueles que sonham mais alto, aqueles para quem um lugar num passeio em frente a uma loja chique ou numa esquina qualquer, não é suficiente... esses arranjaram armas e montaram outro tipo de negócios bem mais lucrativos... os sequestros expresso por exemplo.

 

De certeza que não era destes tipos de empreendedorismo que falava o nosso primeiro ministro Passos Coelho, devia ser mais do tipo Cupkakes de que fala o Herman no vídeo... mas não restam muitas dúvidas que é para ali que caminhamos... resta saber quem no meio disto tudo fará o papel do Hugo Chávez português.

 

Jorge Soares

 

PS: Por certo, no vídeo alguém falava da prostituição como saída... não sei se sabem, mas na Holanda, talvez já a pensar no futuro e numa de empreendedorismo, alguém abriu uma escola para prostitutas ... 

publicado às 22:31

O que significa acção cívica?

por Jorge Soares, em 15.05.12

Moradores ocupam com relva lugar roubado à praça

Imagem do Público 

 

cívico 

adj.
1. De cidadão ou dos cidadãos.
2. Patriótico.
3. Em que só entra o elemento civil.

 

 

Por vezes temos dificuldades em perceber o verdadeiro significado das palavras, civismo é uma daquelas que de tão pouco ser utilizada, para além de que parece ser completamente desconhecida para muita gente, corre sérios riscos de entrar em extinção.

 

Felizmente ainda restam alguns exemplos dos que nos podemos socorrer para explicar do que se trata, a história conta-se aqui e trata disso, de civismo, de uma acção civil que partindo de um cidadão, conseguiu arrastar outros em defesa de um objectivo que no fim trará algo de positivo para o resto da comunidade.

 

É claro que não é um pouco de relva em lugar de mais um carro estacionado que irá mudar o mundo, mas o mundo é feito de muitas destas pequenas coisas, se cada um de nós ao ver algo errado em vez do acostumado encolher de ombros que nada resolve reagisse da mesma forma em que reagiu o Ricardo Sobral, de certeza que teríamos um mundo muito melhor.

 

Civismo é isso, é pensar também nos outros em lugar de unicamente no nosso umbigo, é olhar para o mundo que nos rodeia e ser capaz de deixarmos a nossa marca pela positiva.

 

Jorge Soares

PS:E não, o facto de ser difícil arranjar onde estacionar em Lisboa não é desculpa para não estar lá a relva.

publicado às 14:38

Projecto E.scol.A  despejado pela policia de intervenção

Imagem do Público

 

Numa escola primária abandonada há cinco anos, um grupo de jovens decide recuperar as instalações e nelas desenvolver actividades que para além de darem  nova vida a todo um bairro, retiram os jovens da rua e afastam-nos da delinquência, um projecto com evidente sucesso, muita criatividade e em prol da formação da juventude e da comunidade.

 

Numa cidade normal o projecto seria acarinhado, promovido, incentivado, apoiado e até financiado pelos responsáveis políticos. No Porto, uma cidade que tem tanto de bonita como de anormal, a câmara municipal não só não dá o mínimo apoio ao projecto, como envia a polícia para acabar com ele.

 

O projecto ES.COL.A tem como objectivos "criar um espaço autónomo, autogestionado, livre, não discriminatório, não comercial e aberto a diferentes actividades... Daí chamar-se Espaço Colectivo Autogestionado do Alto da Fontinha. Nasceu com o bairro e para o bairro, com a comunidade e para a comunidade."

 

Num momento como o que vive o nosso país, em que as prioridades do estado estão cada vez menos viradas para a vertente social, este tipo de projectos da comunidade e para a comunidade são muito importantes. A verdade é que o estado não pode,  não quer,  ou não consegue chegar a todos os que necessitam de apoio, logo, é muito dificil de entender que situações como estas aconteçam.

 

Não faço ideia quais serão as ideias de Rui Rio e da Câmara do Porto para aquele lugar, a maior parte das noticias que li ou ouvi fala de obras previstas, não diz que tipo de obras nem com que finalidade, sejam estas quais forem, de certeza que haveria outra forma de se resolver a situação, sem policia, sem confrontos e sem destruir pela base um projecto em prol da comunidade que deveria servir de exemplo não só para a cidade, como também para o país. 

 

 

Vídeo retirado do Blog do Projecto

 

Jorge Soares

publicado às 20:55

 

Imagem do Público 

 

Ouvi falar do assunto durante a semana na Rádio Espanhola, na altura mais que a noticia, eles comentavam o facto de se ter passado um mês desde o assassinato de Trayvon Martin, até que a pressão da sociedade fez com que fosse aberta uma investigação... e isto só aconteceu depois de Spike Lee e outras figuras importantes da comunidade negra (desculpem mas eu não gosto do termo Afro-Americano) terem vindo para a rua e os meios de comunicação, clamar por justiça.

 

A história é simples, num dia de chuva, um jovem com um capuz na cabeça volta a pé para casa, é interpelado na rua por um senhor armado que não se sabe bem porquê, o mata com um tiro no peito. Chamada a policia, esta deixa ir George Zimmerman, o assassino,  em liberdade com base  numa lei que prevê que nos Estados Unidos qualquer pessoa ao sentir-se ameaçada, pode puxar de uma arma e disparar.

 

De mais está dizer que o morto é negro e quem matou é branco. Alguém tem alguma dúvida que caso fosse ao contrário, a polícia americana não teria o menor pejo em prender o negro que matou o branco e não haveria lei ou alegação que o protegesse?

 

Apesar de que os brancos são cada vez mais uma minoria nos Estados Unidos, a sociedade americana continua a ser profundamente racista onde negros e hispânicos continuam a ser olhados de lado. Não importa muito o que irá resultar das várias investigações que a pressão pública obrigou a que se abrissem, a realidade é que Trayvon morreu porque era negro e teve a infeliz ideia de andar a pé à noite por um bairro de brancos... morreu porque em pleno século XXI, mesmo com um presidente negro nos Estados Unidos, o país que é suposto servir de exemplo para a Democracia, não há uma verdadeira igualdade, continua a haver uma enorme segregação e qualquer jovem negro é visto como um potencial delincuente.

 

Infelizmente, em pleno século XXI, esta é a sociedade que construímos e da que fazemos parte, uma sociedade em que não há uma verdadeira justiça e igualdade e em que ainda há quem acredite que existe uma coisa chamada raça, como se não fossemos todos seres humanos...

 

Jorge Soares

publicado às 22:07

Educar

 

Imagem de aqui

 

Imaginem a cena:

 

Ao fim do dia chegam a casa e encontram a vossa filha de 16 anos metida em alguma alhada, como castigo e depois da obrigatória reprimenda, decidem que durante uns dias e para garantir que ela não repete a asneira, vai ter que ficar em casa, nada de saídas à noite ou de borgas. A menina vai para o quarto, liga à policia e faz queixa da situação. Passado um pouco a polícia bate à porta e de código penal na mão, leva-vos presos por retenção ilegal  da vossa filha ... na sua própria casa.

 

Por muito incrível e inverosímil que possa parecer, isto aconteceu mesmo, foi  aqui ao lado em Jaen, na vizinha Espanha. O resultado foi que o pai passou o fim de semana preso, a mãe mesmo não vivendo com eles já que estavam divorciados, foi acusada de cumplicidade já que apoiou a decisão do pai e a adolescente para já está algures num centro de acolhimento... onde se presume a deixem sair à noite já que não consta que tenha voltado a ligar á policia.

 

Mesmo sendo na Espanha, notícias destas são assustadoras para quem tem filhos, os castigos são quase a última arma que nos resta para conseguirmos manter alguma ordem e decência dentro de nossas casas, se um pai não pode decidir quando a sua filha deve entrar ou sair de sua casa, quem pode?

 

Haverá quem chame a estas coisas a evolução da sociedade em que vivemos, na Espanha, como por cá, passou-se em muito pouco tempo de uma época em que em casa ou na escola a educação se fazia com base nos castigos físicos, para uma outra em que já ninguém sabe muito bem o que fazer para meter as crianças e jovens em ordem.

 

Antes o problema era o que fazer para os vestir, alimentar e garantir a sua educação, agora em muitos casos o problema é: o que fazer para se garantir todos os desejos e caprichos de crianças que desde que nascem se tornam o centro do mundo e se habituam a viver como se em lugar de pais, tivessem súbditos que estão ali para os servir.

 

Não faço ideia o que diz o nosso código penal sobre casos como este, cá em casa faz-se o melhor que podemos e sabemos para conseguir transmitir os valores certos e as noções de educação, há dias piores e dias melhores, que ter filhos pré-adolescentes não é nada fácil, mas no dia em que os meus filhos menores de idade decidam que eu não tenho uma palavra a dizer sobre as horas em que eles podem entrar ou sair de casa e sobre os lugares que eles podem ou não frequentar, eu deixo de ter filhos e eles de ter pai.... e podem ir chamando a polícia.

 

Sim, eu sei, assim de repente parece que virei um velho do Restelo... mas desculpem lá, esta notícia é de deixar os cabelos em pé a quem tem filhos... ou não? 

 

Há quem diga que educar é construir pontes para o futuro, alguém me explica em que parte do caminho se perdeu esta sociedade que teima em construir pontes para o abismo?

 

A notícia é do JN, que refere esta outra do Diário Jaén

 

Jorge Soares

publicado às 21:49


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