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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Se a morte é a única certeza da vida, que não seja por pensar diferente
Si la muerte es lo único cierto en la vida, que no sea por pensar diferente
Já passam de quarenta os mortos durante os protestos do povo venezuelano contra o governo de Nicolás Maduro, quantos mais serão necessários?
Jorge Soares
Vivo num país onde os estudantes somos terroristas e os ladrões heróis da patria
Vivo en un pais donde los estudiantes somos terroristas y los malandros heroes de la patria
3000 sillas vacías para siempre, 3000 cadeiras vazias para sempre.
Protesto público contra a delinquência na praça Saddel em Caracas, 3000 cadeiras vazias para sempre, correspondem às mais de 3000 pessoas que foram vitimas de assassinato por parte de delinquentes comuns na Venezuela só durante o mês de Janeiro.
Os protestos que acontecem há mais de um Mês na Venezuela tiveram o seu início numa manifestação contra a violência que aconteceu após a violação de uma estudante dentro do recinto da Universidade de los Andes em Mérida.
É contra isto que se protesta na Venezuela, contra a violência que todos os anos mata milhares de pessoas no país, muitas mais que em algumas guerras civis, e contra um sistema e um governo que durante 15 anos não foram capazes de combater a violência a corrupção e a delinquência.
Jorge Soares
Imagem de aqui
Vai fazer um mês que o povo da Venezuela começou a sair à rua, numa luta que iniciaram os estudantes mas que pouco já é da maioria da população. Uma luta desigual em que o povo armado com palavras e consignas se enfrenta com a Guarda Nacional Bolivariana e as forças paramilitares afectas ao regime.. uma luta que começa sempre por ser pacifica mas que na maior parte das vezes termina com manifestações dispersas com o uso da força e à lei da bala.
O saldo oficial até agora vai nos 21 mortos, centenas de feridos e milhares de presos, entre os quais o principal dirigente da oposição Leopoldo Lopes.
Na última semana Nicolás Maduro fez um chamado aos colectivos chavistas, grupos armados afectos ao regime, para que ajudem a reprimir os protestos, o resultado foi um endurecimento dos enfrentamentos que só no primeiro dia se saldou em três mortos, um dos quais uma agente do Sebin, a policia politica do regime, morta pela policia de Chacao quando tentava introduzir à força três jovens estudantes numa viatura descaracterizada.
A Venezuela é um dos países com mais recursos do mundo, é o terceiro produtor de petróleo, todos os dias entra muitos milhões de dólares provenientes da renta petrolífera, apesar de tudo isto e ao contrário do que por vezes se tenta fazer passar, a generalidade da população está cada vez mais pobre, e ninguém sabe para onde vai todo esse dinheiro.
Só nos dois primeiros meses do ano ocorreram mais de 200 assassinatos no país, as estatísticas dizem que é o segundo país mais inseguro do mundo tendo em conta o número de assassinatos por cada 100 mil habitantes.
O chavismo está no poder há 15 anos, é verdade que ganharam muitas eleições, mas também é verdade que o país está hoje muito mais inseguro, o governo controla os meios de comunicação e a censura está instalada, a corrupção não pára de aumentar, não há praticamente industria para além da petrolífera, a que existe foi nacionalizada e está práticamente parada devido à falta de divisas para importações de matérias primas. Há uma enorme escassez de bens essenciais e em lugar de diminuir, a desigualdade entre os poucos ricos e os muitos pobres é cada vez maior.
A democracia é cada vez mais uma miragem, o povo está farto e o país está neste momento entre uma ditadura à imagem da que governa Cuba há quase 50 anos e uma guerra civil.
Tirem 5 minutos e vejam com atenção o seguinte vídeo onde se explica porque lutam os jovens Venezuelanos: