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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem do Facebook
Curiosamente descobri a reportagem porque alguém ligou para a R. a dizer que ela estava na televisão, ela é a que não é adoptada mas a vida é feita de coincidências. O programa foi gravado em época de férias universitárias e tiveram que arranjar miúdos para estar na aula com o Jorge, ela andava pelo ISEL naquela altura e lá foi fazer de aluna universitária.
A mim, como à maioria das pessoas que adoptou faz-nos sempre muita confusão ver como há pessoas que aceitam expor daquela forma a sua vida e nesta reportagem há muita gente que se expôs, o Jorge, os pais adoptivos, os pais biológicos... mas não era disso que queria falar.
Querer saber do seu passado e das suas origens é algo natural em todas as crianças adoptadas, mais tarde ou mais cedo todos passam por isso e é algo para o que os pais adoptivos temos que estar preparados. Cada criança é um caso e cada uma enfrenta o assunto de forma diferente, havendo quem comece a questionar mal dá pelas diferenças e quem tente fugir ao assunto de modo a que ele não exista.
Cá em casa temos as duas versões, o curioso que chegava ao ponto de quando se chateava dizer que ia para a outra família e a que simplesmente ignora o assunto e até foge quando se fala de adopção.
A reportagem pode dar a ideia errada de que não é difícil encontrar os pais adoptivos, convém recordar que a grande maioria das crianças são retiradas à família biológica e muitas vezes não há mesmo forma de saber de onde vieram, porque com o tempo as pessoas mudam de vida e de sitio e perdem-se as referências ou porque muitas vezes os pais adoptivos ou não sabem ou não querem dizer que sabem
Aliás, se virmos com atenção, quem termina por encontrar a família do Jorge é a TVI, já agora gostava de saber como lá chegaram, convém recordar que estamos a falar de informação supostamente está protegida por lei.
Ninguém quer reconhecer, mas a nós pais este tema é algo que nos causa sempre alguma angustia, afinal é dos nossos filhos que se fala e pensar que eles possam querer saber de outros pais, de outra família, não é algo que se aceite com facilidade. Não há mãe nenhuma que aceite que os seus filhos possam ter outra mãe, a outra senhora, a que os pariu, é a progenitora, não é a mãe, mãe só há uma e essa é a que os criou... E há mesmo pais que se puderem evitar não dizem nem aos filhos nem a ninguém que aquela criança é adoptada.
Curiosamente isto foi tema de conversa no facebook logo a seguir à reportagem, alguém tentava confortar uma mãe incomodada com o que viu na reportagem, dizendo que o carinho que ela dava aos seus filhos iria fazer com que isso não lhe acontecesse...
A verdade é que podemos dar todo o carinho do mundo, podemos educar e criar, fazer tudo por eles, dar-lhes tudo e todo o carinho do mundo, mas tal como bem explicava o Jorge na reportagem, nada disso irá fazer a diferença, no fim, mais tarde ou mais cedo todos vão tentar fazer essa viagem.... mas também podemos ter a certeza que passado o momento, vai haver sempre uma volta, porque não há novidade que se sobreponha ao amor.
Jorge Soares
PS:Quem não viu pode ver aqui
Há excelentes jornalistas em Portugal, em todos os canais e em todas as áreas, depois há os que como este não se importam de levar os seus ódios pessoais e as suas frustrações para o emprego e não hesitam em os mostrar publicamente.
Pedro Pinto por terceira vez se aproveitou de estar a apresentar um telejornal para mostrar que tem um (cada vez mais) indisfarçável ódio pelo Futebol Clube do Porto. Pela terceira vez o senhor se aproveitou estar a apresentar noticias sobre este clube para mostrar o que lhe vai na alma.
Das vezes anteriores o trocadilho insultuoso tinha sido com o nome do clube, esta vez foi com o nome do treinador Julien Lopetegui que foi trocado para Lopetoqui.
À primeira podemos até achar que foi gafe, e até se pode tentar desculpar, mas à segunda e à terceira só podemos mesmo achar que é mesmo uma uma enorme falta de respeito para com o clube, todos os seus sócios e adeptos.
Este senhor não tem o mínimo respeito pela sua profissão, a empresa que lhe paga o salário e todos os espectadores que estão do lado de cá do ecrã.
Gostava de saber o que acha a TVI do profissionalismo deste senhor e porque insistem em ter na apresentação das noticias alguém que não tem respeito pelos espectadores e que insiste em insultar repetidamente uma boa parte destes.
Para quem quiser, dois dos vídeos estão aqui e aqui
Jorge Soares
«Dinheiros públicos, vícios privados» é uma grande reportagem de Ana Leal, com imagem de Gonçalo Prego e edição de Miguel Freitas.
Podia dizer muitas coisas, mas há quem o consiga fazer muito melhor que eu... vejam a reportagem e leiam a opinião do Daniel Oliveira que retirei do Arrastão:
A história que aqui vos conto, e que muitos dos leitores terão tido a oportunidade de ver na TVI (http://www.tvi.iol.pt/videos/13754874), é a de um grupo privado que nasceu à sombra da influência do poder político. E que, na área da educação, cresceu à custa de contratos de associação que desviam alunos das escolas públicas para colégios privados. Sem que tal seja necessário ou corresponda a qualquer benefício para os cidadãos.
Nas escolas públicas Raul Proença e Rafael Bordalo Pinheiro, nas Caldas da Rainha, há lugares vagos. Mas construíram-se dois colégios privados, do influente grupo GPS: Frei Cristóvão e Rainha Dona Leonor. Concorrência? Nem por isso. Os colégios recebem alunos que são integralmente pagos pelo Estado. Porque as escolas públicas do concelho estão sobrelotadas? Não. Porque não têm condições? Pelo contrário. As públicas pedem mais turmas e isso é-lhes recusado. As privadas crescem e recebem, por decisão da DREL, muito mais turmas do que as escolas do Estado. Os alunos são desviados do público para o privado. E o Estado paga.
No últimos cinco anos a escola pública, nas Caldas da Rainha, perdeu 519 alunos. Os colégios com contratos de associação (financiados pelos dinheiros públicos) ganharam 514. Não por escolha dos pais, mas por escolha do Ministério da Educação. A Bordalo Pinheiro, que tem condições invejáveis, resultado de um investimento de 10 milhões de euros, poderia ter 45 turmas. Tem 39. Os alunos em falta vão para escolas privadas, pagos por nós, com piores condições.
Enquanto nas escolas públicas vizinhas há professores com horário zero, os professores dos colégios do grupo GPS são intimidados para assinar declarações que os obrigam a cargas horárias ilegais. Dão aulas a 300 ou 400 alunos. Há professores com todos os alunos do segundo ciclo na sua disciplina. Tudo com o devido conhecimento da Associação de Estabelecimentos do Ensino Particular e Cooperativo (AEEP).
Para além das aulas, há, casos de professores a servirem almoços e cafés, a pintarem as instalações, a fazerem limpezas, arrumações e trabalho de secretaria e contabilidade. Isto nas várias escolas do grupo GPS, espalhadas pelo País. As inspeções do ministério a estas escolas, testemunha um professor, têm aviso prévio. Isto, enquanto, só no concelho das Caldas da Rainha, 140 professores das escolas do Estado chegaram a estar sem horário por falta de alunos.
As condições das escolas do grupo privado pago quase integralmente com dinheiros do Estado deixam muito a desejar. Portas de emergência fechadas a cadeado, falta permanente de material indispensável, cursos financiadas PRODEP sem as instalações para o efeito e aulas a temperaturas negativas.
Falta de dinheiro? Não parece. Manuel António Madama, diretor da Escola de São Mamede, também do grupo, é proprietário de uma invejável frota de 80 carros. Só este ano, o grupo GPS recebeu do Estado 25 milhões de euros. Cada turma das várias escolas do grupo recebe do Estado 85 mil euros. Dos 3 milhões de euros vindos dos cofres públicos para, por exemplo, a escola de Santo André, só 1,3 milhão é que foram para pagar professores. A quando das manifestações contra a redução dos contratos de associação, decidida por José Sócrates e que Nuno Crato anulou (enquanto fazia cortes brutais na escola pública), a presidente da Associação de Pais quis saber para onde ia o dinheiro que sobrava. Ficou na ignorância.
A pressão para dar negativa a alunos que poderiam ter positiva mas, não sendo excelentes, poderiam baixar a média nos exames que contam para o ranking, são enormes. Até ao despedimento de professores e à alteração administrativa das notas. Os maus alunos, mesmo em escolas privadas pagas com dinheiros públicos, são para ir para as escolas do Estado. No agrupamento de Escolas Raul Proença há cem alunos com necessidades educativas especiais. No colégio vizinho da GPS, o Dona Leonor, com contrato de associação, quantos alunos destes, pagos pelo Estado, existem? Nenhum. Dão demasiado trabalho, exigem investimento e baixam a escola no ranking.
Como se explica o absurdo duplicar custos quando as escolas do Estado chegam e sobram para os alunos disponíveis? De ter escolas do Estado em excelentes condições, onde foi feito um enorme investimento, semivazias e com professores com horário zero, enquanto nestas escolas privadas se amontoam alunos pagos pelos contribuintes, sem condições e com os professores a serem explorados? A TVI contou, numa inatacável reportagem de Ana Leal, documentada até ao último pormenor e com inúmeros testemunhos, a razão deste mistério.
A GPS é um poderoso grupo. 26 escolas de norte a sul do País, invariavelmente ao lado de escolas públicas e com contratos de associação com o Estado. Em 10 anos criou mais de 50 empresas em várias áreas, do turismo às telecomunicações, do ensino ao imobiliário. António Calvete, presidente do grupo GPS, foi deputado do PS no tempo de Guterres e membro da Comissão parlamentar de Educação. Para o acompanhar nesta aventura empresarial chamou antigos ministros, deputados, diretores regionais de educação. Do PS e do PSD: Domingos Fernandes, secretário de Estado da Administração Educativa de António Guterres, Paulo Pereira Coelho, secretário de Estado da Administração Interna de Santana Lopes e secretário de Estado da Administração Local de Durão Barroso, José Junqueiro, deputado do PS. Todos foram consultores do grupo GPS.
Mas entre os políticos recrutados pela GPS estão as duas principais figuras desta história: José Manuel Canavarro, secretário de Estado da Administração Educativa de Santana Lopes, e José Almeida, diretor Regional de Educação de Lisboa do mesmo governo. Foram eles que, em 2005, assinaram o despacho que licenciava a construção de quatro escolas do grupo GPS com contratos de associação para receberem alunos do Estado com financiamento público. Ainda não tinham instalações e já tinham garantido o financiamento público dos contratos de associação. Ou seja, havia contratos de associação com escolas que ainda não tinham existência legal. Um despacho assinado por um governo de gestão, a cinco dias das eleições que ditariam o fim político de Santana Lopes. Depois de saírem dos cargos públicos foram trabalhar, como consultores, para a GPS. E nem um despacho do novo secretário de Estado, Waler Lemos, a propor a não celebração de contratos de associação com aquelas escolas conseguiu travar o processo.
Alguns estudos recentes falam dos custos por aluno para o Estado das escolas públicas e privadas. Esta reportagem explica muitas coisas que os números escondem. Como se subaproveita as capacidades da rede escolar do Estado e se selecionam estudantes, aumentando assim os custos por aluno, para desviar dinheiro do Estado para negócios privados. E como esses negócios se fazem. Quem ganha com eles e quem os ajuda a fazer. Como se desperdiça dinheiro público e se mexem influências.
A reportagem da TVI não poderia ter sido mais oportuna. Quando vier de novo a lenga-lenga da "liberdade de escolha", das vantagens das parcerias com os privados, dos co-pagamentos, da insustentabilidade de continuar a garantir a Escola Pública, do parque escolar público ser de luxo... vale a pena rever este trabalho jornalístico. Está lá tudo. O resumo de um poder político que serve os interesses privados e depois nos vende a indispensável "refundação do Estado".
Daniel Oliveira
Em Novembro, no workshop sobre a adopção em que participei, a Sandra perguntou directamente às responsáveis da Segurança social, porque não se utilizava a adopção internacional como solução para as crianças para as que não há candidatos em Portugal, a resposta foi lapidar:
- Porque tal como em Portugal, não há candidatos na adopção internacional para estas crianças, os candidatos dos outros países, tal como os portugueses, querem bebés.
A Alexandra Borges é uma jornalista que sempre se preocupou com o tema da adopção, são muitas as reportagens que já fez sobre o assunto, é alguém que está por dentro, sabe o que se passa realmente, por isso, para mim a reportagem da TVI foi uma enorme desilusão, porque não esclareceu nada, porque não informou e pior do que isso, deixou uma ideia muito errada da situação da adopção em Portugal e ao nível da adopção internacional não esclareceu absolutamente nada.
Neste, como na maioria dos programas em que se fala de adopção, a ideia que ficou foi que há muitas crianças que esperam por uns pais e não os tem porque os candidatos são os maus da fita, que só querem bebes loiros e de olhos azuis e os processos são lentos por causa disso... uma tremenda mentira.
Eu sou candidato à adopção, quero uma criança até aos 6/7 anos, de qualquer raça ou etnia, estou disposto a aceitar algumas doenças que não sejam impeditivas do desenvolvimento, estou à espera há ano e meio e segundo me dizem na Segurança social de Setúbal, tenho que esperar mas dois ou três anos.... expliquem-me lá onde é que eu me encaixo, sou racista?, só quero bebés de olhos azuis?, onde estão essas crianças que saem dos parâmetros que todos querem?, não há uma para mim?
Mas há coisas mais graves, só entre as pessoas que eu conheço, há duas que foram adoptar a Cabo Verde, aceitavam portanto crianças de cor, porque na altura em que aquela menina da reportagem foi para adopção internacional porque supostamente não havia pais para ela em Portugal, foi-lhes dito que não havia crianças para elas. Alguém me explique, porque mandam a criança para outro país e os candidatos nacionais para a adopção internacional... ao mesmo tempo!!!! Porque é que a segurança social não entregou aquela criança aos candidatos nacionais que na altura a aceitavam?...
O programa deixou-me indignado, irritado, porque uma vez mais há muita gente, até do estrangeiro, a deitar as culpas para os candidatos, quando o problema está claramente no sistema. Aquele menino que foi para França foi abandonado aos seis meses, e só foi decretado que ia para adopção aos 5 anos, alguém se pergunta porquê? porque é que ele teve que estar 5 anos à espera? à espera de quê? A maioria dos candidatos que conheço aceitava aquela criança com 5 anos e com estrabismo, porque foi ele para adopção internacional?
O programa deixou muita gente com lágrimas nos olhos e vontade de adoptar, porque tem pena das pobres criancinhas que estão à espera, desenganem-se, há muito poucas criancinhas à espera de serem adoptadas, e as que há, estão lá por incúria de assistentes sociais, juízes, procuradores, comissões de defesa de menores, responsáveis de instituições de acolhimento e sobretudo, por culpa de pais irresponsáveis que durante anos tentam impedir que seja decretada a adopção.
Não há pior cego que o que não quer ver... não é Alexandra Borges?
Jorge Soares
PS:Para quem quiser ver o vídeo do programa, está aqui
Imagem retirada de Henricartoon
É publico, eu não gosto da Manuela Moura Guedes, não gosto do estilo, não gosto do aspecto, não gosto da forma como enfrenta os entrevistados, não gosto da forma como mais que informar, ela tenta fazer a noticia... não gosto, pronto!
Quando foi aquela entrevista com o Marinho Pinto, fiquei a perceber que como eu, havia muita mais gente que não gostava dela, a julgar pelos comentários âs noticias dos jornais e a tudo o que li em blogs, a maioria das pessoas, sem importar o quadrante politico ou a classe social, pensa como eu... não gostam da senhora.... Então, alguém me quer explicar de onde sai tanta indignação quando a TVI decide que já está bom de termos de a aturar com a sua arrogância?
Do meu ponto de vista, desde a saída do José Eduardo Moniz que era mais que evidente que isto ia acontecer, ninguém mantém num horário nobre uma pessoa que causa comichão e urticária na maioria das pessoas que vê televisão...e muito menos quando as audiências estão a cair a pique.
Custa-me a crer que em vésperas de eleições o PS fizesse o que quer que fosse para afastar a senhora, era mais que evidente que mesmo não gostando dela, toda a oposição ia aproveitar o facto como arma de arremesso..... e não estou a ver o que ganharia com isso.. por muito que a senhora agora apareça no Público a falar de mais uma reportagem sobre o Freeport.
Eu não sou socialista, não voto PS... mas acho que este escarcéu todo levantado pela senhora e seguida pela oposição é de uma tremenda hipocrisia.
Tenho dito!
Jorge Soares
Ouçam com atenção
E mais nada, haja alguém com tomates para ir lá dizer o que pensamos todos.
Marinho Pinto e Manuela Moura Guedes na TVI
Jorge Soares