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Brexit: sair pela porta entrar pela janela?

por Jorge Soares, em 26.06.16

brexit-3.jpg

 

Imagem de aqui

 

Hoje durante o dia na Antena 1 ouvi um jovem inglês dizer que o Brexit tinha sido uma vitória dos trabalhadores ingleses, a única vitória dos trabalhadores ingleses nos últimos tempos, e ele nem percebia porque é que o partido trabalhista não estava a festejar com os trabalhadores.

 

Na sexta um dos meus colegas de trabalho, por sinal também ele jovem mas português, dizia que finalmente havia um povo que tinha decidido bater o pé e não fazer o que a Europa diz... Quando lhe perguntei se ele tinha ideia do porquê dos ingleses quererem sair da união europeia, ele não foi capaz de explicar... infelizmente a enviada especial da Antena 1 não perguntou ao jovem inglês qual o motivo dele para querer sair da união Europeia.

 

Curiosamente uma das primeiras declarações que ouvi dos senhores do Ukip, acérrimos defensores do Brexit, foi que iriam rapidamente pedir um acordo de livre comercio com a união europeia... Engraçados estes senhores, querem deixar de ter as obrigações, fechar a ilha a sete chaves, e fazer o que lhes apetece.... mas sem deixar de ter os benefícios de ter o acesso a um mercado gigante que significa mais de metade das suas exportações.

 

Tenho dúvidas se a grande maioria dos que votaram a favor da saída da União Europeia tem a noção da forma em que isso irá afectar o país. Outras das entrevistadas pela Antena 1 referia o facto de irem voltar a ter fronteira com a Irlanda... não consigo perceber em que é que isso os irá afectar, mas deu para perceber por onde vão as coisas. 

 

Parece que o  grande problema da maioria das pessoas que votaram a favor da saída são os emigrantes e o medo a que estes fiquem com os benefícios sociais que deveriam ser para eles... Quem já esteve em Londres viu como a cidade é uma metrópole multicultural, sendo que a maioria dos estrangeiros provêm de países de fora da união Europeia... Não foi o facto de a Gran Bretanha ter ficado fora do Espaço Chengen e de ser um ilha que impediu a entrada de todos estes estrangeiros, não estou a ver como é que o Brexit e o retorno da fronteira com a Irlanda o irá impedir... mas pelos vistos há quem ache que assim irá ser.

 

Para já a Libra caiu para valores dos anos 80 e de um aumento da inflação não se livram... a menos claro que tal como os senhores do Ukip parecem sugerir, tudo isto não passe de uma forma de fechar uma porta  para abrir uma janela à União Europeia.

 

Jorge Soares

 

publicado às 22:44

Soldados Russos na Crimeia

 

Imagem do Público

 

Russia tem o controlo actual sobre a Crimeia?

 

Sim. As forças russas controlam todos os pontos estratégicos da península e cercaram o quartel-general do exército ucraniano.


Até agora não houve nenhum conflito armado e, provavelmente nunca será disparado um único tiro: as forças ucranianas sabem que não têm nenhuma hipótesse de vitória se começar uma guerra.

 

E as pessoas têm muito medo dos russos ?


Não. Muito pelo contrário . A maioria da população da Crimeia está muito feliz com a chegada dos russos.


Lembrem-se que a maioria da população é de origem russa e foi contra as  manifestações na praça de Kiev. Ficaram em pânico quando o governo de  Yanoukovich caiu.


Aqueles que agora estão com medo na Crimeia são as minorias ucranianas e tártaras .


Os Tártaros são os povos autóctones da Crimeia. Durante a Segunda Guerra Mundial alguns colaboraram com o exército nazista. Stalin acusou todo povo Tatar  de "colaboração" e deportou-o para o Uzbequistão, a milhares de quilómetros de distância. Em 1947 os Tártaros tinham desaparecido da Crimeia. Desde a queda da União Soviética milhares de Tártaros voltaram, mas ainda continuam a ser uma minoria.


Vêem-se  tanques nas ruas ?


Não. A vida nas ruas das cidades da Crimeia continua com o seu ritmo normal. Todas as lojas estão abertas, as pessoas vão para o trabalho e as crianças à escola .


Desde aqui seria impossível pensar que todas as televisões do mundo olham para este lugar como sendo uma "zona de guerra".


A situação é muito diferente nas bases a uma dezena de quilómetros da capital. Lá os soldados russos cercam os soldados ucranianos.


O Kremlin ainda não confirmou que enviou tropas para a Crimeia e os meios de comunicação dizem que as tropas que cercam os quartéis não possuem identificação, tu tens a certeza que são russos?


Sim, sem dúvida. São forças especiais do exército russo.


As matriculas dos veículos são do exército russo, a sofisticação dos equipamentos de comunicação que eles usam, o tipo de armas, a disciplina táctica e a organização, deixam claro que não é um "pequeno grupo" de  paramilitares pró-russo.

 

Embora o Kremlin não o tenha confirmado, aqui  todas as pessoas  (tanto a maioria que é a favor da intervenção, como as minorias da oposição) tem a certeza que são forças russas


É muito comum que as forças especiais do exército não utilizem emblemas distintivos. Isso dá ao seu governo "o tempo diplomático" para criar factos no terreno antes de negociar com outros países.


Por exemplo, a equipa de  Navy SEALs que os Estados Unidos enviaram ao Paquistão para matar Bin Laden não usava nenhum distintivo. Se a operação tivesse corrido mal, Obama teria negado que essas tropas ( que entraram sem autorização num país soberano) fossem suas.

 

O governo de Kiev descreveu como "ato de guerra" a intervenção da Rússia e disse que vai responder militarmente. Haverá uma guerra pela libertação da Crimeia?


Acho que não.


Eu acho que o presidente em exercício na Ucrânia fez estas declarações para chamar  a atenção do mundo para a situação em seu país, para que a Europa e os EUA vão em seu auxilio, principalmente com ajuda financeira. As reservas do Banco Central da Ucrânia estão quase a zero neste momento.


O governo está ciente de que Kiev perdeu a Crimeia. O problema para eles não são só as tropas do Kremlin, mas também que a maioria da população apoia o governo russo e considera ilegítimo o de Kiev.


A única coisa que poderia desestabilizar a Crimeia são as minorias, que Os Tártaros ucranianos formem algum tipo de  comando de guerrilha ou de autodefesa. Por enquanto não há notícias que indiquem que isso irá acontecer

 

Alberto Sicilia desde Semfirópol (Crimeia)

 

Traduzido por Jorge Soares a partir de Principia Marsupia

publicado às 11:25

A guerra voltou à Europa!

por Jorge Soares, em 20.02.14

Ucrania

 

Imagem do Público 

 

E de repente parece que voltamos 20 anos para trás quando o ódio, a violência e a morte varreram os Balcãs, a antiga Jugoslávia era uma herança da União Soviética, um país construído e mantido de forma artificial apesar das diferenças que existiam entre os habitantes de cada uma das regiões.

 

Na Ucrânia não há diferenças étnicas ou religiosas, por isso é mais difícil de entender o que nos entra todos os dias pela casa dentro, há dois dias eu dizia que o país estava à beira da Guerra Civil, neste momento o que se vive é uma guerra de facto, dos protestos violentos passou-se a uma guerra aberta com vitórias e derrotas e até com territórios conquistados e perdidos... e com dezenas de mortos.

 

Enquanto em Kiev dezenas de pessoas de um e de outro lado morrem vitimas da violência, cá fora as opiniões também se radicalizam, a União Europeia decreta sanções ao governo e a Rússia apelida de terroristas aos opositores... se calhar esta dicotomia de opiniões ao mais alto nível ajudem a explicar o que se está a passar, mas de certeza que não ajudam nada quem em Kiev dá a vida por aquilo que acha que é o melhor para o futuro do seu país.

 

No meio deste jogo de interesses o único certo é que quem sofre e quem morre é o povo.

 

Vejam o seguinte vídeo:

 

 

 

E de repente percebemos que a guerra voltou á Europa.

 

Já agora, isto é um blog, o meu blog e eu tenho opinião e não tenho nada que me mostrar ou que ser imparcial.

 

Jorge Soares

publicado às 21:36

Na Ucrânia luta-se por quê?

por Jorge Soares, em 18.02.14

Ucrânia

Imagem do Público 

 

Um destes dias ante as imagens terríveis que chegavam da Síria via televisão, a minha filha mais velha perguntava-me porque é que aquilo acontecia e porque é que os outros países deixavam.... confesso que tive alguma dificuldade em lhe explicar, talvez porque mesmo a mim me custa a entender.

 

Hoje ao ver as imagens que nos vão chegando desde Kiev lembrei-me dessa conversa. A Ucrânia caminha a passos largos para uma situação parecida com a da Síria, com a agravante de que a Ucrânia é muito maior que a Síria, na Europa só a Rússia é maior, e há evidentemente interesses muito mais complicados e delicados que na Síria.

 

Recordemos que tudo isto começou quando o governo afecto aos interesses Russos, se negou a assinar com a União Europeia um tratado que servia de preparação para a entrada do país na União.

 

Na Ucrânia a luta não é pelo poder, é principalmente uma luta de interesses, de um lado está o governo que defende os interesses da Rússia e do outro está a oposição e uma parte do povo que defendem uma aproximação à união Europeia. 

 

Da forma como as posições estão extremadas, dificilmente haverá uma saída que não envolva um banho de sangue e enquanto policias e manifestantes se enfrentam na praça da liberdade de Kiev, a União europeia e a Russia esforçam-se em culpar-se mutuamente pelo que está a acontecer.

 

A Ucrânia tem 44 milhões de habitantes, não é um pequeno país do norte de África ou do médio Oriente, o que quer que venha a acontecer nos próximos dias terá de certeza efeitos no resto da Europa, esperemos que sejam efeitos positivos e que eu não tenha que voltar a explicar à minha filha o motivo porque há milhares de pessoas a serem massacradas sem que ninguém faça nada.

 

Jorge Soares

publicado às 21:51


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